quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A Ciência e a Religião dos Maias


A matemática e a astronomia
A grande contribuição dos matemáticos maias foi a criação do número zero, um conceito abstrato que permaneceu ausente durante séculos em outras culturas.
O zero era representado com uma concha marinha. Eles usavam ainda pontos ou círculos de um a quatro e riscos que valiam cinco até contar dezenove.
Seu sistema numérico era vigesimal, e não decimal como o atual. Os cientistas se perguntam se eles usavam os dedos das mãos e dos pés para contar.
As técnicas de observação celeste a vista nua praticada pelos sacerdotes maias são estudadas pelos cientistas atuais.
Os maias se apoiavam em um sistema de referências naturais que descrevia as posições do Sol, Lua, Marte e registrava os eclipses.
Eles seguiam minuciosamente os movimentos de Vênus, que consideravam de grande importância na determinação de guerras e sacrifícios.
Certos edifícios obedeceram cálculos muito precisos. Durante o pôr-do-sol dos equinócios de primavera e outono, a “serpente de luz” sobe ao Castelo de Chichén Itzá pela escada da pirâmide. A projeção solar marca sete triângulos de luz invertidos, como resultado da sombra das nove plataformas do edifício. A cada semestre, turistas de todo o mundo se concentram para observar o fenômeno.

Sacrifícios humanos
Religião
O poder da natureza
A selva imprimiu por completo a percepção da realidade. Os maias acreditavam que uma energia biocósmica atravessava as pessoas, os animais, as plantas e os seres inanimados, imprimindo neles a sua razão de ser.
Quanto maior fosse a carga de energia, maior era a categoria e a importância de cada ser vivo, coisa, ou entidade. Os maias acreditavam que o gasto descomunal dos deuses era reposto com o sangue humano dos sacrifícios.
A crença no poder de combustível do sangue mostra deuses vulneráveis. E ao contrário, destacava o papel dos homens para manter o universo.
Os maias representavam a superfície da terra como as costas de caimão, ou como uma tartaruga marinha que sustentava a paina, uma árvore gigante sobre a qual o céu se apoiava. Sob sua sombra descansavam os sacerdotes, os guerreiros mortos em combate, e as mulheres falecidas no parto. O céu era associado à imagem da serpente de duas cabeças, imagem da dualidade da vida e da morte.
Mas além da terra e do céu, os maias davam mais atenção ao subsolo ou inframundo. Esta era a moradia dos mortos e dos deuses, além de fonte da vida e do milho, componente fundamental de sua alimentação.
O Xibalbá, o País dos Mortos, era um reflexo do mundo terreno. Eles construíam as pirâmides como representação do interior da terra.
Centralizada no subsolo, a noção maia do Outro Mundo abraçava uma dimensão mais complexa, um universo paralelo ao dos seres vivos, que incluía o céu, a superfície terrestre, a profundidade do oceano e a espessura da floresta.
O Outro Mundo, segundo acreditavam, resguardava os segredos do cosmos e do transcurso do tempo, os mistérios da vida e o destino dos seres humanos.

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