segunda-feira, 30 de agosto de 2010

SANTANA DAS PALMEIRAS - A "MACHU PICCHU" DE NOVA IGUAÇÚ

Ruína de Santana das Palmeiras


Atualmente escondida na Reserva Biológica do Tinguá, entre os Municípios de Nova Iguaçú, Miguel Pereira e Duque de Caxias, encontra-se escondida pela Mata Atlântica uma cidade abandonada e protegida pela Natureza. Uma verdadeira “Machu Picchu” brasileira.

Santana das Palmeiras foi uma próspera freguesia que existiu às margens da Estrada do Comércio na serra do Tinguá, e que foi abandonada no final do do século XIX. Atualmente as suas ruínas encontram-se dentro da Reserva Biológica Federal do Tinguá em local de acesso proibido para visitante.
Em 1822, terminou a construção da Estrada do Comércio que forneceu um novo caminho do porto do Rio de Janeiro até Minas Gerais e Goiás. O trajeto começava na então freguesia de Nossa Senhora da Piedade do Iguaçu (hoje dentro do município de Nova Iguaçu), cortava a atual Reserva Biológica Federal do Tinguá subindo as serras, passava pelo arraiais da Estiva (hoje município de Miguel Pereira, Arcádia e Vera Cruz e chegava no porto de Ubá (atual Andrade Pinto, distrito de Vassouras), nas margens do rio Paraíba do Sul, de onde se podia continuar para Minas Gerais e Goiás.
A Estrada do Comércio incentivou o comércio do Rio de Janeiro com as regiões "serra acima" e o movimento nos portos do rio Iguaçu. As tropas de burros desciam a serra com produtos alimentícios para o consumo na Corte Imperial e café para exportação no porto do Rio de Janeiro.
Ruína de Santana das Palmeiras

Nas margens da Estrada do Comércio, surgiu o arraial de Santana da Serra do Comércio. Esta é a mesma serra do Tinguá, só que neste trecho recebeu este nome devido a passagem da Estrada do Comércio. O local chegou a ser apontado como uma segunda Petrópolis devido à localização serrana e clima ameno. O arraial de Santana cresceu com o comércio devido ao movimento na Estrada do Comércio, mas também com o várias fazendas de café que surgiram na região.
Em 1842, a Estrada do Comércio foi reformada pelo coronel do Imperial Corpo de Engenheiros Conrado Jacob de Niemeyer o que favoreceu ainda mais o crescimento do arraial de Santana da Serra do Comércio.
Francisco Peixoto de Lacerda Werneck, segundo barão de Pati do Alferes, pretendeu transformar o arraial em uma cidade cujo nome seria Isabelópolis, em homenagem à princesa Isabel, assim como já existiam as vizinhas Petrópolis e Teresópolis que homenageiam o imperador Pedro II e sua esposa. Para isto, seria necessário haver no local uma igreja matriz condigna. Assim, barão de Pati do Alferes despendeu mais de sessenta contos de réis na construção da igreja de Santana.
Em 1854, os moradores do arraial solicitaram ao presidente da província do Rio de Janeiro que a igreja construída com as doações do barão de Pati do Alferes fosse elevada à paróquia do povoado. Atendendo a este pedido, o arraial foi elevado a freguesia de Santana das Palmeiras em 6 de outubro de 1855, como parte da então vila de Nossa Senhora da Piedade do Iguaçu.
Imagem de Santana, confeccionada em 1850 que estava na matriz de Santana das palmeiras. Atualmente está na Igreja de Santana, Conrado - Miguel Pereira.
A nova freguesia contava na época com cerca de dois mil moradores. Além da suntuosa igreja matriz de Santana, havia mais de duzentas casas, duas escolas (uma para meninos e outra para meninas), agênca postal, delegacia, várias lojas de comércio e dois cemitérios (um para homens brancos, livres e ricos, outro para negros, escravos e indigentes).
O trãnsito de pessoas e mercadorias na Estrada do Comércio diminuiu quando se inaugurou a Estrada de Ferro Dom Pedro II (atual Estrada de Ferro Central do Brasil), em 29 de março de 1858, ligando a Corte do Rio de Janeiro com Queimados e, anos depois, com Minas Gerais. Depois houve a abertura da Estrada de Rodeio (atual Engenheiro Paulo de Frontin) a Paty do Alferes que proporcionou um caminho alternativo até a região cafeeira do vale do rio Paraíba do Sul. O comércio que existia na freguesia de Santana das Palmeiras foi duramente afetado com a diminuição do trânsito na Estrada do Comércio e deixou de haver investimentos na freguesia.
A degradação ecológica da Baixada Fluminense causou o assoreamento de rios e a formação de pântanos infestados de mosquitos que mantinham endemias, o que também acelerou o despovoamento da região.
Como o abastecimento de água da cidade do Rio de Janeiro ficou criticamente insuficiente no final da década de 1860, o governo imperial publicou um anúncio no Jornal do Comércio que dizia: "compram-se terras regadas por água potável para abastecimento da Corte". Vários fazendeiros da Santana das Palmeiras ofereceram terras junto ao rio São Pedro por preços irrisórios. O governo imperial comprou estas terras e obteve outras por doação de Francisco Pinto Duarte, futuro segundo barão do Tinguá. As obras da adutora do rio São Pedro foram concluídas em 1877, o que assegurou o abastecimento de água para o Rio de Janeiro. Nas terras compradas pelo governo imperial, a Mata Atlântica começou lentamente a regenerar-se.
O livro de atas da Câmara de Vereadores do município de Iguaçu registra que em março de 1889 ninguém residia em Santana das Palmeiras. Segundo alguns pesquisadores, a freguesia ainda possuía alguns poucos habitantes nesta data, mas a Câmara de Vereadores tinha interesse no seu fim imediato para que pudesse aplicar as verbas em outras localidades mais promissoras.
Finalmente a igreja matriz de Santana das Palmeiras foi fechada e a povoação ficou totalmente desabitada. A imagem de Santana e o sino da igreja matriz foram piedosamente levados para uma outra igreja inaugurada em 1901 no distrito de Conrado, atualmente pertencente ao município de Miguel Pereira.
Apesar disto, o nome de Santana das Palmeiras se manteve por algum tempo. A nova organização político-administrativa que surgiu com a proclamação da República, faz com que os decretos estaduais nºs 1 e 1-A de 1892 transformem a área da antiga freguesia no distrito de Santana das Palmeiras anexado à vila de Iguaçu A divisão administrativa de 1911 ainda manteve um distrito denominado Santana das Palmeiras no município de Iguaçu, porém, em 1919, este passa a se denominar Santa Branca.
No local onde existia a sede da freguesia, encontram-se hoje várias ruínas de construções do século XIX, entre as quais as da igreja matriz de Santana e dos cemitérios dos homens brancos e dos negros. O conjunto é apelidado de "Machu Picchu do Iguaçu”.
Fonte:Wikipédia

Para saber mais:http://paroquianossasenhoradaconceicaotingua.blogspot.com/

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Universidade dos EUA coloca jogo 'Starctaft' como disciplina

Game de estratégia faz parte de curso complementar on-line.
Jogo 'Portal' também foi adicionado em faculdade.
Game "Portal" é obra a ser "estudada".
O game de estratégia “Starcraft II: wings of liberty” está sendo usado para ensinar gerenciamento de recursos empresariais em um novo curso da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos. O curso é aberto apenas para ex-alunos e para quem já possui alguma familiaridade com o primeiro jogo, lançado em 1998 ou com o segundo, lançado em julho passado.
A ideia é da futura PhD Nate Poling, que vendeu a ideia para o seu departamento na Universidade. Assim, a matéria “Habilidades do Século 21 em Starcraft” será oferecida como complemento on-line para os estudantes no próximo semestre.
"Starcraft” já foi incluído como matéria em outras universidades. A Universidade de Berkley, no estado da Califórnia, criou um curso que usava competições do game para ensinar gerenciamento de recursos. Tanto em Berkley quando na Flórida, os cursos são voltados para pessoas que administram negócios, fábricas e hospitais, que devem usar diferentes habilidades e lidar com suas fraquezas para conseguir ter sucesso, cálculos que fazem parte da estratégia em “Starcraft”.
“Um estudante que tem uma educação normal, faz um MBA e entra no mundo dos negócios pode perceber que ele conseguiu aprender algo no seu curso de ‘Starcraft’ além do que estava nos livros”, afirma Poling. “Ao sintetizar o game com um programa de MBA, o estudante ganha experiência na atividade que ele irá exercer”.
Game como obra essencial
Ainda nos Estados Unidos, na Universidade de Wabash, em Indiana, os alunos devem “estudar” o game “Portal” para poder completar seu curso. O jogo de quebra-cabeça em primeira pessoa, que exige abrir uma série de portais para resolver problemas faz parte da lista de obras a serem lidas ou estudadas.
De acordo com o site Mashable, o jogo fará parte de uma disciplina obrigatória chamada de “Questões Permanentes”, que abordará “questões fundamentais da humanidade”. O professor que criou a disciplina, Michael Abbott, disse que a inspiração para a criação da matéria acadêmica veio de um artigo que compara “Portal” com um estudo sociológico.


quarta-feira, 25 de agosto de 2010

DOM JOÃO CARIOCA- A CORTE NO BRASIL

Série do Canal Futura de 12 pequenos vídeos baseados na Revista em Quadrinhos Dom João Carioca a Corte no Brasil de Spacca, escritor e ilustrador, e da historiadora Lilia Moritz Schwarcz. A série conta os principais fatos que ocorreram no período joanino, os 13 anos que Dom João esteve no Brasil. Para assistir os demais vídeos, acesse: YouTube

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O NEGRO COSME


Dono de uma impressionante biografia, que o elevou ao panteão dos mitos, Dom Cosme Bento das Chagas, o defensor da liberdade, virou vilão, à luz da bibliografia oficial, por conta de sua heróica participação na Balaiada que, mesmo sem um comando central, infligiu fragorosas derrotas contra o poder constituído, ocupando importantes cidades como Caxias, Humberto de Campos e Icatu, esta última próxima a São Luís.
Mas o processo que desencadeou a condenação à morte do líder negro está relacionado à luta contra a escravidão. Cosme já havia liderado inúmeros negros inssuretos nos idos de 1830, nos arredores da cidade de Codó, o que lhe valeu uma condenação. Em 1839, à frente de inúmeros negros, tomou a Fazenda da Lagoa Amarela, às cabeceiras do Rio Preto, tornando-a, a partir de então, seu quartel-general. Dentro desse quilombo militar, montou uma escola, a fim de que todos pudessem aprender a ler e escrever, o que naquela época foi um feito notável, tendo em vista que somente os mais abastados usufruíam desse direito.
Muitos autores acreditam que Cosme se destacava na arte da estratégia militar, pois seus inimigos o respeitavam e o temiam. Prova disso é que Luís Alves de Lima e Silva, o futuro Duque de Caxias, reconheceu em Negro Cosme, no mês de setembro de 1840, a mais importante figura a assustar os fazendeiros, por estar à frente de milhares de negros por ele sublevados.
Na Balaiada, os negros foram os últimos a capitularem. A inssurreição foi dada por terminada somente quando as tropas legais capturaram Cosme. No entanto, os combates foram tão intensos e ferozes que a política oficial se viu frustrada na tentativa de poupar a vida dos escravos, para serem entregues aos seus antigos senhores. Negro Cosme é, sem sombra de dúvidas, um símbolo de liberdade do povo maranhense, assim como Zumbi dos Palmares está entre os mais ilustres heróis da Nação.
Preso em fevereiro de 1841, Negro Cosme foi executado em setembro de 1842, após condenado à forca por liderar no Maranhão uma das mais temidas insurreições do povo negro ocorridas no Brasil. À frente dos quilombolas, Cosme tinha um projeto específico, que muitas vezes fora confundido com a luta mais geral dos chamados bem-te-vis. Ele insurgiu-se contra a escravatura, em favor da liberdade. E foi lutando para pôr fim à escravidão que ele engrossou as fileiras da Balaiada, a grande revolta popular que teve lideranças como o chefe índio Matroá, o vaqueiro Raimundo Gomes, Manoel Ferreira dos Anjos, o Balaio, e tantos outros que pegaram em armas contra o arbítrio, a corrupção e outros desmandos, que tantas dores, danos, humilhações e desgraças causaram às populações negras, camponesas e indígenas daquela época.
Para saber mais:

domingo, 22 de agosto de 2010

DIA 22 DE AGOSTO - DIA DO FOLCLORE

Em 22 de agosto, o Brasil comemora o Dia do Folclore. A data foi criada em 1965 através de um decreto federal. No Estado de São Paulo, um decreto estadual instituiu agosto como o mês do folclore.
O folclore - ou cultura popular tradicional - vai muito além disso. São saberes que alcançam todas as expressões, conhecimentos e costumes dos grupos humanos, desde que tenham algumas características. Eles devem:
1) ser de domínio e prática coletiva,
2) transmitir-se no convívio social geralmente por meios não-formais de ensino e aprendizagem (eventualmente transformando-se nesse processo),
3) ter presença ao longo de um período histórico e chegar aos dias atuais.
Algumas práticas podem ser restritas a um âmbito local ou regional, mas outras podem ser quase universais, difundindo-se por um amplo território ou aparecendo concomitantemente em mais de uma localidade. A cerâmica, por exemplo - que é o uso do barro para o artesanato utilitário - aparece em um número enorme de grupos sociais. Nas diferentes comunidades, há particularidades na técnica de manuseio do barro e na sua transformação em cerâmica, mas, de maneira geral, o processo é semelhante.
Quer saber mais?
Então acesse:

sábado, 21 de agosto de 2010

PARA GOSTAR DE LER - 4

NEM TUDO O QUE SEU MESTRE MANDAR!
Xang era um sábio chinês. Seus alunos aceitavam seus ensinamentos sem pestanejar: 
- Sim, mestre! 
- Eu ouço e obedeço, mestre! 

Um dia, Xang resolveu fazer uma viagem com três dos seus fiéis alunos. Instalaram-se numa carroça puxada por dois burrinhos e lá se foram: nhec, nhec. Xang, já velhinho, logo sentiu sono. Tirou as sandálias e pediu aos jovens: 

- Por favor, me deixem dormir! Fiquem bem quietos! 

Dali a pouco roncava. Na primeira curva do caminho, as sandálias dele rolaram pela estrada. Os discípulos nem se mexeram. Quando o mestre acordou, logo as procurou. 

- Rolaram pela estrada - disseram. 

- E vocês não pararam a carroça? Não fizeram nada? 

- Fizemos sim, senhor. Obedecemos: ficamos bem quietos. 

- Ai, está bem - conformou-se o mestre. Mas se eu cochilar de novo prestem atenção se alguma coisa cair da carroça, ouviram? 

- Ouvimos e obedecemos! 

Xang cobriu os pés com uma coberta e adormeceu. Entretanto, no balançar da carroça, a coberta deslizou e lá se foi. O mestre acordou com frio. Mas cadê a coberta? Será que... 

- Escorregou pela estrada - confirmaram os três. 

- E o que vocês fizeram? 

- Fizemos só que o mestre mandou. Prestamos atenção. 

- Não! - esbravejou Xang. Vocês tinham de pegar a coberta de volta! Atenção: se eu dormir e alguma coisa cair da carroça, peçam para parar e PONHAM-O-QUE-CAIU-DE-VOLTA-NA-CARROÇA, entendido? 

- PERFEITAMENTE! 

E a viagem continuou: nhec, nhec. O mestre foi cabeceando e cochilou. Dali a pouco, os jumentos sentiram necessidade de fazer... suas necessidades. Ploft, ploft, ploft, caíram os cocozinhos pelo caminho. Os discípulos mandaram parar a carroça e, com muito cuidado, foram pondo os fedidos pelotinhos para dentro. Aquela agitação fez Xang acordar. Nossa, que cheirinho! 

- Esperem! O que estão fazendo? 

- Apenas obedecendo! - juraramos três. - Pondo de volta o que caiu da carroça. 

- Não, mas isso não! 

Ai, com aqueles cabeças-duras, só mesmo muita paciência: 

- Está bem, vamos começar de novo. Vou fazer uma lista de tudo o que há na carroça. Se algo cair, verifiquem se está nela. Se não estiver, não peguem de volta, certo? 

- Somos pura obediência, ó, mestre! 

Xang escreveu a lista. Que canseira! Mas agora podia dormir tranquilo... E a carroça subiu uma estradinha íngreme. Numa curva mais fechada, ops, quem é que caiu dessa vez? O mestre! Ele escorregou e se foi ribanceira abaixo. 

- Socorro! - gritou - Venham me pegar! 

Graças aos céus ele conseguiu se agarrar numa raiz do barranco. 

- Ei, o que estão esperando? Me ajudem! - chamou. 

Mas os discípulos, imperturbáveis, consultavam a lista. 

- Seu nome não está escrito aqui - explicaram. - Não podemos pegá-lo, ó, mestre! 

Não teve jeito: Xang, com muito esforço, subiu o barranco e voltou para a carroça. Mas não dormiu mais...

Rosane Pamplona, autora deste conto, é contadora de histórias e professora de Língua Portuguesa.Ilustração: Cris Burger
Fonte:Revista "Nova Escola"

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O CENSO JÁ COMEÇOU!

Em 2010, o IBGE realizará o XII Censo Demográfico, que se constituirá no grande retrato em extensão e profundidade da população brasileira e das suas características sócio-econômicas e, ao mesmo tempo, na base sobre a qual deverá se assentar todo o planejamento público e privado da próxima década.
O Censo 2010 será um retrato de corpo inteiro do país com o perfil da população e as características de seus domicílios, ou seja, ele nos dirá como somos, onde estamos e como vivemos.
O CENSO TEM HISTÓRIA
A palavra Censo vem do latim "census", que quer dizer "conjunto dos dados estatísticos dos habitantes de uma cidade, província, estado, nação etc".
Como você pode imaginar, o Censo é uma coisa que já era feita na Antigüidade. Pelo que se tem notícia, o Censo mais antigo é o da China. Em 2238 a.C., o imperador Yao mandou realizar um censo da população e das lavouras cultivadas.
No Oriente, os mais antigos são os hebraicos e o Censo de Israel no tempo de Moisés (cerca de 1700 a.C.). Os egípcios realizavam censos anualmente no século XVI a.C. E os romanos e os gregos já realizavam censos por volta do século VIII a IV a.C. Em 578-534 a.C., o imperador Servo Túlio mandou realizar um censo de população e riqueza que serviu para estabelecer o recrutamento para o exército, para o exercício dos direitos políticos e para o pagamento de impostos. Os romanos fizeram 72 censos entre 555 a.C. e 72 d.C.
Naquela época, o objetivo mais importante do Censo era saber o número de pessoas disponíveis para fazer a guerra e cobrar impostos. A punição para quem não respondia geralmente era a morte!
A Bíblia conta que São José e a virgem Maria saíram de Nazaré, na Galiléia, para Belém, na Judéia, para responder ao censo ordenado por César Augusto (as pessoas tinham que ser entrevistadas no local de sua origem). Foi enquanto estavam na cidade que Jesus nasceu.
Na Idade Média, na Europa, houve diversos recenseamentos: na Península Ibérica durante a dominação muçulmana nos séculos VII a XV; no reinado de Carlos Magno (712-814); e ainda o Doomaday Book, que é o maior registro estatístico feito na época, na Inglaterra, por ordem de Guilherme, o Conquistador. Também foram feitos recenseamentos nas repúblicas italianas do século XII ao XIII.
Nas Américas, muito antes de Cristóvão Colombo, os Incas já mantinham um registro numérico de dados de população em "quipus", um engenhoso sistema de cordas com nós que representavam números no sistema decimal!
Como você pode ver, desde épocas remotas os governos se preocupam em realizar Censos.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

EXPRESSO 369



Já está na rede o "Expresso369". O Jornal produzido por alunos e professores do CIEP369 - Jornalista Sandro Moreyra. Não deixem de acessar, comentar e principalmente contribuir!
Aí vai o link...


quarta-feira, 18 de agosto de 2010

ESTUDAR MELHOR

Luciano Monteiro de Castro - matemático
Rio - Durante 10 anos, tenho tido o privilégio de trabalhar com alunos premiados nas Olimpíadas Brasileiras de Matemática, entre eles os representantes brasileiros em diversas competições internacionais. Temos muito a aprender com eles.
Quando observamos uma característica comum a todos os grandes campeões, sabemos que estamos diante de algo valioso. E o que todos eles têm em comum? Amor.
São horas e horas debruçados sobre um único problema, páginas e páginas de rabiscos, contas, tabelas, figuras, totalmente concentrados sem sentir o tempo passar. Eles conseguem, pois amam o que fazem.
Muitos encaram um ano de curso preparatório pensando em se matar de estudar, abdicando de tudo, achando que ao passarem no concurso todo o sacrifício terá valido a pena. Mas isso não funciona. A ideia de passar para uma “instituição salvadora” é equivocada. Nenhuma instituição tem o poder de melhorar nossas vidas num passe de mágica. E, muitas vezes, o trabalho para manter-se nela é mais intenso do que o para ingressar.Ninguém resiste muito tempo fazendo algo que nos pareça desagradável. Nosso desempenho em qualquer atividade está diretamente ligado ao prazer ou ao desprazer que sentimos ao executá-la.
Assim, se alguém passa um ano de sacrifício por uma meta, já se prepara para passar a maior parte dos seus dias executando tarefas desagradáveis. Isto afeta a motivação e diminui o desempenho.Já os campeões não abdicam da diversão para estudar. Divertem-se estudando. Por isso, aprendem em poucas horas o que muitos levam meses para assimilar. Se quiser aumentar significativamente sua capacidade de compreensão e assimilação de qualquer tema que estuda, deve aprender a amar o objeto de estudo.
Jornal "O DIA"

19 DE AGOSTO - DIA DO HISTORIADOR

"Um povo sem história é um povo sem memória. Essa afirmação, mais que um dito já popular, é também uma verdade histórica, pois todos os agrupamentos humanos que não preservaram sua memória - em histórias, documentos, objetos de arte e arquitetura - acabaram sucumbindo a ditaduras e até acabaram por desaparecer da face da Terra.

Por essa razão, não apenas a disciplina que trata das histórias dos povos deve merecer nossa atenção, mas também os cientistas que se dedicam a essa tarefa tão nobre. Obviamente, a história se faz por seus protagonistas: lideranças políticas, religiosas e econômicas, por um lado; grupos populares, lutas contra a opressão e pela libertação, por outro. E para registrar tudo, o historiador.
E de tal modo é importante o papel dos historiadores que, por vezes, eles ajudam, também, a reconfigurar a história de um País. Ao lado da Filosofia e da Literatura, a História está presente desde os primeiros momentos da nossa tradição ocidental, constituindo um dos saberes mais antigos de nossa civilização."

Foi com esse discurso que o Senador Cristovam Buarque (PDT-RJ) propôs a criação do Dia do Historiador. A escolha do dia 19 de agosto é uma homenagem a Joaquim Nabuco, nascido nesta data e que, além de político, diplomata,jurista e abolicionista também era Historiador!
Assim, em 12 de dezembro de 2009 o Congresso Nacional decretou e o Presidente Lula sancionou a Lei 12 130, criando o dia nacional do Historiador, a ser celebrado anualmente no dia 19 de agosto.


Então, a todos os historiadores e também àqueles que amam a História...parabéns!!!!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

BAIXE E USE

Catálogo de vídeos em alta resolução
O Baixe e Use é um catálogo com 170 produções originais da TV Câmara disponíveis para download gratuito. São documentários, reportagens e interprogramas informativos que abordam dezenas de temas diferentes, com o objetivo de promover a educação, o debate e o exercício da cidadania. 
 Não é necessário fazer cadastro nem inscrição. Todos os vídeos do Baixe e Use são livres de pagamento pela utilização, mas o download está automaticamente condicionado ao conhecimento e à aceitação dos termos de uso.
As produções estão divididas por eixo temático e categoria de programas.

Para maiores informações e ter acesso aos vídeos, acesse o link abaixo:

http://www.camara.gov.br/internet/tvcamara/?lnk=BAIXE-E-USE&selecao=BAIXEUSE

Saiba mais sobre o caso da iraniana condenada à morte por apedrejamento

O caso da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, de 43 anos, chama a atenção mundial para a situação das mulheres no Irã. Ele ganhou repercussão nos últimos dias após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mudar de ideia e pedir para que as autoridades iranianas permitam que ela obtenha asilo no Brasil.
Sakineh foi acusada em maio de 2006 por ter “relações ilícitas” com dois homens após a morte de seu marido, que foi supostamente assassinado. Ela recebeu 99 chibatadas como condenação.
No julgamento da morte do marido, o principal suspeito acusou a iraniana de ter tido um caso extraconjugal enquanto seu marido ainda estava vivo – o que é um crime grave no Irã. Sakineh confessou o adultério, mas depois voltou atrás.
O artigo 71 do código penal iraniano, de 1983, lista como pena para o adultério a morte, que pode ser por apedrejamento. O adultério pode ser provado por testemunhas da seguinte maneira: “quatro homens justos ou três homens justos e duas mulheres justas”. Ou seja, se forem quatro testemunhas do sexo masculino, pode haver prova, mas se uma for do sexo feminino, então é necessário mais um depoimento ao menos.
Sakineh está atualmente no corredor da morte da prisão de Tabriz, no noroeste do Irã. O caso dela se tornou um símbolo porque seus dois filhos, Faride e Sajjad Mohammadi e Ashtiani, se engajaram em uma campanha internacional para libertar a mãe.
Oficiais da prisão de Tabriz chegaram a pedir ao Judiciário do Irã que permita trocar a morte por apedrejamento para o enforcamento. A primeira condenação é considerada “medieval” por muitos países, pois a mulher é enterrada e tem apenas a cabeça livre. Então as pessoas jogam pedras, não muito grandes para que a vítima não morra rápido e seu sofrimento seja prolongado.
Em 10 de julho, o chefe do Conselho de Direitos Humanos do Irã disse que o caso iria ser revisto, mas voltou a afirmar que o código do país permite condenação por apedrejamento.
Um dos filhos de Sakineh, Sajjad, publicou que em 14 de julho foi convocado a Tabriz para responder a um interrogatório levado por membros do Ministério da Inteligência do Irã sobre as entrevistas que deu sobre o caso.
Ele afirmou ao jornal britânico The Guardian que está pronto a vir ao Brasil com sua mãe e família se as autoridades iranianas permitirem. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã informou que Lula é emotivo e fez as declarações sobre o caso com falta de informação.

domingo, 15 de agosto de 2010

2010 PROMETE SER O ANO MAIS QUENTE DA HISTÓRIA

 São Paulo - Desde meados do século 19, quando as medições de temperatura começaram a ser feitas, os maiores registros aconteceram no primeiro semestre de 2010. De acordo com dados da Organização Meteorólogica Mundial (OMM), este promete ser o ano mais quente da história.

A alta recorde foi registrada no Paquistão, no dia 26 de maio: 53,5ºC. Na Rússia, a onda de calor sem precedentes vem provocando queimadas, incêndios florestais e colocando em risco a produção de grãos. Segundo o Ministério da Agricultura, cerca de 25% da safra já foi afetada. A máxima, de 44ºC, foi registrada há um mês, no dia 11 de julho. Em geral, ela deveria ficar em torno dos 30º. Além dos prejuízos ambientais, as temperaturas extremas também afetam a saúde da população. Segundo reportagem da Reuters, as mortes pelo calor têm deixado os necrotérios russos em colapso. "Costumamos ter entre 360 e 380 mortes por dia nesta época. Agora são 700. A mortalidade duplicou", disse à agência Andreï Seltsovski. o chefe do departamento de Saúde da prefeitura de Moscou.
No Brasil, embora não tenha sido registrado nenhum recorde de temperatura, o clima quente e seco tem prejudicado as regiões do Norte e Centro-Oeste. Desde o início da semana, o  Acre está em estado de alerta ambiental por causa das queimadas. Nesta quinta (12), os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registram 13.823 focos de incêndios em todo o país. A estiagem e a baixa umidade relativa do ar aumentam o risco de queimadas. Para climatologistas, catástrofes naturais são um alerta para os efeitos das mudanças climáticas e do aquecimento global.
Desde o começo do ano, pelo menos 17 países bateram recordes de temperatura, segundo levantamento do The Guardian. Em dez deles, os termômetros marcaram mais de 45ºC.
Confira os recordistas de temperatura em 2010:

Paquistão26 de Maio53,5ºC
Kuwait15 de Junho52,6ºC
Arábia Saudita22 de Junho52ºC
Iraque14 de Junho52ºC
Qatar14 de Julho50,4ºC
Sudão25 de Junho49.6ºC
Chad22 de Junho47,6ºC
Nigéria22 de Junho47,1ºC
Burma12 de Maio47ºC
Chipre1 de agosto46,6ºC
Rússia11 de Julho44ºC
Colômbia24 de janeiro42,3ºC
Ucrânia1 de agosto41,3ºC
Bielorrússia7 de agosto38,9ºC
Finlândia29 de Julho37,2ºC   
lhas Salomão1 de fevereiro36,1ºC
Vanessa Barbosa, em EXAME.com
em 13/08/2010
































sexta-feira, 13 de agosto de 2010

A ORIGEM DA "SEXTA-FEIRA 13"

São três as explicações mais conhecidas, mas a mais forte delas tem sua raiz na crença católica
 A crença de que o dia 13, quando cai em uma sexta-feira, é dia de azar, é a mais popular superstição entre os cristãos. Há muitas explicações para isso. A mais forte delas, segundo o Guia dos Curiosos, seria o fato de Jesus Cristo ter sido crucificado em uma sexta-feira e, na sua última ceia, haver 13 pessoas à mesa: ele e os 12 apóstolos.
Mas mais antigo que isso, porém, são as duas versões que provêm de duas lendas da mitologia nórdica. Na primeira delas, conta-se que houve um banquete e 12 deuses foram convidados. Loki, espírito do mal e da discórdia, apareceu sem ser chamado e armou uma briga que terminou com a morte de Balder, o favorito dos deuses. Daí veio a crendice de que convidar 13 pessoas para um jantar era desgraça na certa.

Segundo outra lenda, a deusa do amor e da beleza era Friga (que deu origem à palavra friadagr = sexta-feira). Quando as tribos nórdicas e alemãs se converteram ao cristianismo, a lenda transformou Friga em bruxa. Como vingança, ela passou a se reunir todas as sextas com outras 11 bruxas e o demônio. Os 13 ficavam rogando pragas aos humanos.
O número 13
A crença na má sorte do número 13 parece ter tido sua origem na Sagrada Escritura. Esse testemunho, porém, é tão arbitrariamente entendido que o mesmo algarismo, em vastas regiões do planeta - até em países cristãos - é estimado como símbolo de boa sorte. O argumento dos otimistas se baseia no fato de que o 13 é um número afim ao 4 (1 + 3 = 4), sendo este símbolo de próspera sorte. Assim, na Índia, o 13 é um número religioso muito apreciado; os pagodes hindus apresentam normalmente 13 estátuas de Buda. Na China, não raro os dísticos místicos dos templos são encabeçados pelo número 13. Também os mexicanos primitivos consideravam o número 13 como algo santo; adoravam, por exemplo, 13 cabras sagradas. Reportando-nos agora à civilização cristã, lembramos que nos Estados Unidos o número 13 goza de estima, pois 13 eram os Estados que inicialmente constituíam a Federação norte-americana. Além disso, o lema latino da Federação, "E pluribus unum" (de muitos se faz um só), consta de 13 letras; a águia norte-americana está revestida de 13 penas em cada asa.
 

terça-feira, 10 de agosto de 2010

PERGUNTAS DE UM OPERÁRIO LETRADO

Quem construiu a Tebas das Sete Portas? Nos livros constam nomes de reis. Foram eles que carregaram as rochas? E a Babilônia destruída tantas vezes? Quem a reconstruiu de novo, de novo e de novo? Quais as casas de Lima dourada abrigavam os pedreiros? Na noite em que se terminou a muralha da China para onde foram os operários da construção? A eterna Roma está cheia de arcos de triunfo. Quem os construiu? Sobre quem triunfavam os césares? A tão decantada Bizâncio era feita só de palácios? Mesmo na legendária Atlântida os moribundos chamavam pelos seus escravos na noite em que o mar os engolia. O jovem Alexandre conquistou a índia. Ele sozinho? César bateu os gauleses. Não tinha ao menos um cozinheiro consigo? Quando a “Invencível Armada” naufragou, dizem que Felipe da Espanha chorou Só ele chorou? Frederico II ganhou a guerra dos Sete Anos. Quem mais ganhou a guerra? Cada página uma vitória. Quem preparava os banquetes da vitória? De dez em dez anos um grande homem. Quem paga as suas despesas? Tantas histórias. Tantas perguntas.
Bertold Brecht

sábado, 7 de agosto de 2010

PARA GOSTAR DE LER - 2

OFERTAS DE ANINHA (Aos Moços)
 
Eu sou aquela mulher
a quem o tempo
muito ensinou.
Ensinou a amar a vida.
Não desistir da luta.
Recomeçar na derrota.
Renunciar a palavras e pensamentos negativos.
Acreditar nos valores humanos.
Ser otimista.

Creio numa força imanente
que vai ligando a família humana
numa corrente luminosa
de fraternidade universal.
Creio na solidariedade humana.
Creio na superação dos erros
e angústias do presente.
Acredito nos moços.
Exalto sua confiança,
generosidade e idealismo.
Creio nos milagres da ciência
e na descoberta de uma profilaxia
futura dos erros e violências do presente.
Aprendi que mais vale lutar
Do que recolher dinheiro fácil.
Antes acreditar do que duvidar.

Cora Coralina
(Vintém de Cobre – Meias Confissões de Aninha, p. 156, 8°ed.1996)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

GUERRA DO PARAGUAI

O valor de um canhão
Revisão histórica da Guerra do Paraguai afasta influência da Inglaterra no maior conflito bélico da América Latina
BORIS FAUSTO
COLUNISTA DA FOLHA, em 14/03/2010
A pedido do vice-presidente do Paraguai, Federico Franco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a decisão de devolver àquele país o canhão “Cristão”, fabricado pelos paraguaios a partir de sinos de igrejas, no curso da guerra com a Tríplice Aliança, formada pelo Brasil, a Argentina e o Uruguai, entre 1864 e 1870.
A medida foi aplaudida pelo presidente do Clube Militar [general Gilberto Barbosa de Figueiredo], afirmando que “normalmente não se devolve troféu de guerra, mas o povo paraguaio merece; é um ato de grandeza”.
Aplausos, com um pequeno adendo: mais do que um ato de grandeza, a devolução é um ato de justiça.

“Guerra brasileira”
A Guerra do Paraguai foi o fato mais relevante da história latino-americana, na segunda metade do século 19. A luta contra aquele país, liderado por Francisco Solano López, que a princípio reuniu os três países citados, passou a ser, cada vez mais, uma “guerra brasileira”, seja pelos efetivos militares envolvidos, seja por sua repercussão interna.
O episódio tem também muito interesse pelas controvérsias historiográficas que gerou. Até anos recentes, Solano López era considerado, no Paraguai, um herói nacional; no Brasil, foi pintado como um tirano sanguinário, que tivemos de esmagar, apesar de nossa vocação pacifista.
Nem tão herói assim
Essas visões mudaram nos dois lados, pois, se Solano continua a ser um herói da pátria para a maioria do povo paraguaio, vários historiadores daquele país promoveram a revisão para baixo de sua figura. Quanto ao Brasil, a Guerra do Paraguai foi descrita e analisada, por muitas décadas, a partir de uma versão patrioteira.
Qualquer outra versão era considerada impatriótica e implicitamente perigosa. Uma reviravolta ocorreu a partir dos anos 1960 do século passado, no âmbito da voga do nacionalismo anti-imperialista, nos meios intelectuais da América Latina. Um dos pontos centrais da revisão diz respeito às causas da guerra, atribuída às maquinações do imperialismo britânico.
Um livro típico daquela época, “Genocídio Americano – A Guerra do Paraguai”, do jornalista Julio José Chiavenato (1979, ed. Moderna, esgotado), teve imenso sucesso nas escolas brasileiras, incorporando a versão conspirativa.
Segundo o autor, ao destruir o Paraguai, o imperialismo inglês manteve o status quo na América meridional e impediu a ascensão de seu único Estado economicamente livre.
Hoje, a tese conspirativa está desacreditada, graças aos trabalhos de Francisco Doratioto, baseado em fontes brasileiras e paraguaias (“Maldita Guerra”, 2002, Cia. das Letras), e de outros historiadores, como Ricardo Salles ["Guerra do Paraguai - Escravidão e Cidadania na Formação do Exército", Paz e Terra] e Vitor Izecksohn ["O Cerne da Discórdia - A Guerra do Paraguai e o Núcleo Profissional do Exército", E-Papers].
Na verdade, aos ingleses interessava acima de tudo a estabilidade da região, como garantia de seus bons negócios, e não um conflito. É certo, que após estourar a guerra, bancos ingleses financiaram o Brasil, agravando aliás o problema de nossa dívida pública, mas isso é outra história. O conflito teve causas locais, embora nem sempre fáceis de discernir.
Morticínios
De um lado, Solano López, que instaurara no Paraguai uma ditadura férrea e convertera o país numa grande fazenda pertencente ao Estado, pretendia romper o relativo isolamento paraguaio e abrir caminho para uma presença maior na bacia do [rio da] Prata.
De outro lado, as pretensões paraguaias eram tidas como francamente expansionistas e vistas com suspeita pelos países da Tríplice Aliança. Se López não era um herói precursor do anti-imperialismo, o Brasil liberal, mas escravista, não ficava em boa posição na luta contra o ditador.
Além disso, ao longo do conflito, as forças brasileiras perpetraram uma série de morticínios, assim como o saque de Assunção, quando a capital paraguaia foi ocupada, em janeiro de 1869. O que não quer dizer que as ações paraguaias não se caracterizassem também por muitas barbaridades. No terreno dos números, há uma total incerteza quanto às mortes do lado do Paraguai, variando as cifras entre 9% e 69% da população!
O Brasil enviou para a guerra cerca de 139 mil homens, dos quais uns 50 mil morreram nos combates ou foram vítimas de doenças.
Os contingentes incluíram, além do Exército, os “voluntários da pátria” -na verdade, gente enviada à força para a frente de combate, entre eles escravos que substituíram filhos da elite. Para qualificar o conflito numa frase, lembremos uma carta escrita pelo barão de Cotegipe para o barão de Penedo, em maio de 1866. Nela, há um trecho eloquente, lembrado por Doratioto: “Maldita guerra, atrasa-nos meio século!”.
De fato, a guerra não nos atrasou meio século, como pensava o provecto barão, mas certamente mereceu o qualificativo de maldita.
BORIS FAUSTO é historiador e preside o Conselho Acadêmico do Gacint (Grupo de Análise da Conjuntura Internacional), da USP. É autor de “A Revolução de 30″ (Companhia das Letras)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

GENTILEZA GERA GENTILEZA


A HISTÓRIA DO PROFETA GENTILEZA
Sua infância
Com mais nove irmãos, José Datrino teve uma infância de muito trabalho, onde lidava diretamente com a terra e com os animais. Para ajudar a família, puxava carroça vendendo lenha nas proximidades. Desde cedo aprendeu a amar, respeitar e agradecer à natureza pela sua infinita bondade. O campo ensinou a José Datrino a amansar burros para o transporte de carga. Tempos depois, como profeta Gentileza, se dizia “amansador dos burros homens da cidade que não tinham esclarecimento”. Desde sua infância José Datrino era possuidor de um comportamento atípico. Por volta dos doze anos de idade, passou a ter premonições sobre sua missão na terra, onde acreditava que um dia, depois de constituir família, filhos e bens, deixaria tudo em prol de sua missão. Este comportamento causou preocupação em seus pais, que chegaram a suspeitar que o filho sofria de algum tipo de loucura, chegando a buscar ajuda em curandeiros espíritas.
No Rio de Janeiro
Aos vinte anos foi para o estado do Rio de Janeiro, enquanto sua família mudava-se para Mirandópolis, também cidade do interior de São Paulo. No Rio de Janeiro, casou com Emi Câmara com quem teve cinco filhos. Começou sua vida de empresário com um pequeno empreendimento na área de transportes, onde fazia fretes para o sustento da família. Aos poucos, o negócio foi crescendo até se tornar uma transportadora de cargas sediada no centro da cidade.
Surge o Profeta Gentileza
No dia 17 de dezembro de 1961, na cidade de Niterói, quando tinha 44 anos, houve um grande incêndio no circo “Gran Circus Norte-Americano“, o que foi considerado uma das maiores tragédias circenses do mundo. Neste incêndio morreram mais de 500 pessoas, a maioria, crianças. Na antevéspera do natal, seis dias após o acontecimento, José acordou alucinado ouvindo “vozes astrais“, segundo suas próprias palavras, que o mandavam abandonar o mundo material e se dedicar apenas ao mundo espiritual. O Profeta pegou um de seus caminhões e foi para o local do incêndio. Plantou jardim e horta sobre as cinzas do circo em Niterói, local que um dia foi palco de tantas alegrias, mas também de muita tristeza. Aquela foi sua morada por quatro longos anos. Lá, José Datrino incutiu nas pessoas o real sentido das palavras “Agradecido” e “Gentileza”. Foi um consolador voluntário, que confortou os familiares das vítimas da tragédia com suas palavras de bondade. Daquele dia em diante, passou a se chamar “José Agradecido“, ou simplesmente “Profeta Gentileza”.
Após deixar o local que foi denominado “Paraíso Gentileza”, o profeta Gentileza começou a sua jornada como personagem andarilho. A partir de 1970 percorreu toda a cidade. Era visto em ruas, praças, nas barcas da travessia entre as cidades do Rio de Janeiro e Niterói, em trens e ônibus, fazendo sua pregação e levando palavras de amor, bondade e respeito pelo próximo e pela natureza a todos que cruzassem seu caminho. Aos que o chamavam de louco, ele respondia: – “Sou maluco para te amar e louco para te salvar“.

Os murais
A partir de 1980, escolheu 56 pilastras do Viaduto do Caju que vai do Cemitério do Caju até a Rodoviária Novo Rio, numa extensão de aproximadamente 1,5km. Ele encheu as pilastras do viaduto com inscrições em verde-amarelo propondo sua crítica do mundo e sua alternativa ao mal-estar da civilização. Durante a Eco-92, o Profeta Gentileza colocava-se estrategicamente no lugar por onde passavam os representantes dos povos e incitava-os a viverem a Gentileza e a aplicarem Gentileza em toda a Terra.
Citação: “Gentileza Gera Gentileza”.
Após sua morte
Em 29 de maio de 1996, aos 79 anos, faleceu na cidade de seus familiares, onde se encontra enterrado, no “Cemitério Saudades”.
Com o decorrer dos anos, os murais foram danificados por pichadores, sofreram vandalismo, e mais tarde cobertos com tinta de cor cinza. Com ajuda da prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, foi organizado o projeto Rio com Gentileza, que teve como objetivo restaurar os murais das pilastras. Começaram a ser recuperadas em janeiro de 1999. Em maio de 2000, a restauração das inscrições foi concluída e o patrimônio urbano carioca foi preservado.
No final do ano 2000 foi publicado pela EdUFF (Editora da Universidade Federal Fluminense) o livro Brasil: Tempo de Gentileza, do professor Leonardo Guelman. A obra introduz o leitor no “universo” do profeta Gentileza através de sua trajetória, da estilização de seus objetos, de sua caligrafia singular e de todos os 56 painéis criados por ele, além de trazer fatos relacionados ao projeto Rio com Gentileza e descrever as etapas do processo de restauração dos escritos. O livro é ricamente ilustrado com inúmeras fotografias, principalmente do profeta e de seus penduricalhos e painéis. Além de fotos do próprio profeta Gentileza trabalhando junto a algumas pilastras, existem imagens dos escritos antes, durante e após o processo de restauração.

PARA GOSTAR DE LER - 1

ERA UMA VEZ...

Era uma vez... numa terra muito distante...uma princesa linda, independente e cheia de auto-estima.
Ela se deparou com uma rã enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo era relaxante e ecológico...
Então, a rã pulou para o seu colo e disse: linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito.
Uma bruxa má lançou-me um encanto e transformei-me nesta rã asquerosa.
Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir lar feliz no teu lindo castelo.
A tua mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavar as minhas roupas, criar os nossos filhos e seríamos felizes para sempre...
Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria, pensando consigo mesma:

- Eu, hein?... nem morta!

- Luís Fernando Veríssimo 

Link: http://silnunesprof.blogspot.com/

domingo, 1 de agosto de 2010

20 CONSELHOS PARA DIMINUIR NOSSA DEPENDÊNCIA DO PETRÓLEO


Há alguns dias, a companhia petrolífera BP anunciou a contenção definitiva do derramamento que contaminou as águas do Golfo de México durante mais de 90 dias

Mas as boas notícias não duraram muito: esta semana, informes oficiais divulgaram que a empresa encontrou uma infiltração de metano perto do poço, o que poderia indicar novos problemas.

Enquanto a BP tenta definir a causa e a gravidade deste novo evento, e os Estados Unidos continuam enfrentando as consequências do pior derramamento de petróleo de sua história, ao redor do mundo aumentam as discussões sobre a dependência do petróleo: até quando podemos continuar as perfurações em locais tão inacessíveis? Qual é o limite?

A questão é muito complexa, mas podemos fazer a nossa parte ao observar e diminuir o consumo de petróleo em nossa própria vida.

Para continuar a ler "20 conselhos para diminuir nossa dependência do petróleo", click no link abaixo:


Fonte: Discovery Channel
Fonte imagem: brasilmelhor.net

CARTAS DE SOLDADOS ALEMÃES ESCRITAS DURANTE A BATALHA DE STALINGRADO

"Me assustei quando vi o papel. Estamos completamente isolados, sem ajuda exterior. Hitler nos abandonou. Esta carta vai seguir se o aeroporto ainda estiver nas nossas mãos. Estamos no norte da cidade. Os homens da bateria também pensam nisso, mas não o sabem tão bem como eu. O fim está próximo. Hannes e eu vamos à prisão. Ontem vi os russos apanharem quatro homens, depois da nossa infantaria ter recuperado a iniciativa. Não, não vamos para a prisão. Quando Stalingrado cair, você ficará sabendo que nunca mais voltarei”.

Fonte: Cartas de Stalingrado, Coleção Einaudi, 1958.
Para saber mais, acesse:  A Vida no Front
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