segunda-feira, 18 de julho de 2011

Família Schurmann acha submarino que afundou na 2ª Guerra Mundial

U-boat U-513 em 1942
 Há 68 anos, durante a Segunda Guerra Mundial, um avião americano localizava, em águas brasileiras, um submarino alemão. Esta semana uma descoberta histórica, uma família de velejadores encontrou o U-513 no fundo do mar.

Velas ao vento. Missão: encontrar o U-513, um submarino alemão que foi bombardeado e afundou em águas brasileiras durante a Segunda Guerra Mundial. O Fantástico acompanhou o início desta história.


Em 2009, a equipe do Fantástico acompanhou a família Schurmann em mais uma aventura. Depois de dois anos de buscas, o flagrante da grande descoberta. “O leme tem cinco metros na planta e aqui tem cinco metros. Achamos”, comemora o comandante da expedição, Vilfredo Shurmann.


O desafio da equipe comandada pela família Schurmann foi algo como procurar uma agulha num palheiro. Vasculhar uma área de 200 quilômetros quadrados exigiu muita pesquisa, paciência e tecnologia.

Um equipamento chamado magnetômetro, foi fundamental. Ele localiza objetos de metal no fundo do mar e é capaz de dimensionar o tamanho e o peso de tudo o que rastreia.

“Nós pudemos calcular que existia um objeto lá embaixo, com um peso entre 600 e 1mil toneladas. Bom, o submarino alemão tem exatamente 760 toneladas, então este foi o primeiro indício para o achado”, explica o oceanógrafo
Lindino Benedette.

Outro aparelho, o sonar de varredura, completou o serviço. Ele funciona de um jeito simples: emite sons e depois capta o eco para compor o desenho. O resultado é uma espécie de ultrassonografia do submarino, que esta semana vai completar 68 anos intocado no fundo do mar.

“É uma foto semelhante a uma ultrassonograia feita em bebês, só que no mar”, explica o oceanógrafo Thomaz Tessler.

Durante a Segunda Guerra Mundial, dez submarinos alemães e um italiano foram bombardeados e afundaram na costa brasileira. O U-513 foi o primeiro e único encontrado até hoje.
O U-513, U-boat do tipo IXC
Em junho de 1943, o submarino alemão patrulhava a rota Buenos Aires - Rio de janeiro com a missão de afundar qualquer navio aliado. Dentro dele, 53 tripulantes, 22 torpedos e 44 minas. O U-513 tinha fama de aterrorizar navios mercantes. Só na costa brasileira, em menos de um mês, afundou três embarcações.

“Havia uma estratégia de guerra global, e isso incluía o patrulhamento da nossa costa, patrulhamento de toda essa região que era rota de passagem de navios que levavam mantimentos, levavam matéria prima, uma série de materiais que eram importantes para os aliados”, diz o jornalista e pesquisador, Roberto Sander.

Em 19 de julho de 1943, um hidroavião americano decola junto à costa de Florianópolis com uma missão: localizar e abater o submarino inimigo. Por horas, nada foi encontrado. Até que, às 15h30, o piloto percebeu um ponto em alto mar. Era o submarino, que navegava na superfície, aí começou um ataque anti-aéreo.

Em uma atitude quase Kamikaze, o avião deu um rasante a apenas 15 metros de altura e soltou seis bombas de 225 quilos cada.

Duas bombas acertaram em cheio o casco do submarino, que afundou em poucos minutos. Apenas sete tripulantes que estavam no convés sobreviveram, e isso graças a um bote lançado pelo próprio avião que fez o ataque.

“Nós fomos para os Estados Unidos, onde nós fizemos uma pesquisa bem extensa nos arquivos secretos de guerra. Fomos para a Alemanha também visitar o museu do U-BOAT para ver tudo que tinha. Nós descobrimos o diário de bordo do navio que resgatou os sobreviventes do submarino, então a partir tivemos mais ou menos uma ideia de onde é que estava o submarino”, conta Heloísa Schurmann.

O U-513 foi localizado cerca de 85 quilômetros ao leste de Florianópolis . O ponto exato é segredo.

“Por isso nós estamos guardando a sua posição a sete chaves para ninguém poder tocar nele até podermos registrar as primeiras imagens oculares lá”, explica o cineasta David Schurmann.

Começa agora uma nova etapa da expedição, a 135 metros de profundidade: “a gente vai precisar mandar um robô lá embaixo para poder filmar, e quem sabe até entrar dentro do submarino, que seria um sonho”, diz Shurmann.

Entrar e quem sabe descobrir que segredos deste tesouro da história mundial.

Fonte:  http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1667645-15605,00.html
Fonte das imagens: http://www.blogger-index.com/feed63232.html 

quinta-feira, 14 de julho de 2011

14 de julho - A Queda da Bastilha e a Revolução Francesa

Segundo a historiografia tradicional, a Queda da Bastilha marca o início da Revolução Francesa. Não há dúvida de que o movimento popular em Paris tenha grande significado, porém a Revolução deve ser vista como um processo, onde é necessário analisar a situação econômica do país, os interesses de classes envolvidos e os interesses dos demais países europeus.




A Queda da Bastilha

A BASTILHA
A Bastilha foi construída em 1370 e tornou-se uma prisão durante o reinado de Carlos VI; no entanto foi durante a Regência do Cardeal Richelieu, no século XVII que tornou-se uma prisão para nobres ou letrados, adversários políticos, aqueles que se opunham ao governo ou mesmo `a religião oficial.
No dia 14 de julho de 1789 a Bastilha abrigava apenas 7 prisioneiros, no entanto a multidão invadiu-a tanto por representar um símbolo do absolutismo, como para tomar as armas que haviam em seu interior.

A REVOLUÇÃO
A importância da Queda da Bastilha reside no fato de que a partir desse momento a revolução conta com a presença das massas trabalhadoras, deixando de ser apenas um movimento onde deputados julgavam que poderiam eliminar o Antigo Regime apenas fazendo novas leis.
A gravidade da crise econômica havia envolvido todo o país em uma situação caótica: os privilégios dados à nobreza e ao Alto Clero dilapidaram as finanças do país, situação ainda mais agravada com a participação da França na Guerra de Independência dos EUA em ajuda aos colonos e palas secas, responsáveis por uma crise agrária, que levava os camponeses miséria extrema e determinava o desabastecimento das cidades assim como a retração do comércio interno.



O Rei Luís XVI

Na medida em que a nobreza recusou-se a abrir mão de seus privilégios, o rei Luís XVI viu-se forçado a convocar a Assembléia dos Estados Gerais, que reuniria os representantes da Nobreza, do Clero e do Povo ( burgueses). As manobras políticas da realeza tinham por objetivo fazer aprovar nova legislação, que preservaria os privilégios do 1° e 2° estados e ao mesmo tempo sobrecarregariam o 3° estado.
Os representantes do povo se auto proclamam Assembléia Nacional. Esse fato representa de um lado o grau de organização e a consciência da burguesia, ancorada pelos ideais do Iluminismo, e ao mesmo tempo nos dá idéia de qual era a perspectiva de Revolução para essa classe social, eliminar o Antigo Regime, através de uma reforma na legislação, forçando o rei a aceitar o organização de um poder legislativo responsável pela elaboração das leis.
Enquanto os deputados se reuniam na Assembléia, o rei reunia tropas na tentativa de evitar o movimento revolucionário, foi nesse contexto que formou-se a "Milícia de Paris" e no dia seguinte as ruas e a Bastilha eram do povo.
O movimento revolucionário saia às ruas; percebia-se que somente com a participação e o apoio popular poderiam haver mudanças significativas. Apesar de organizada e armada, a camada popular urbana defendia a manutenção da Assembléia Constituinte e portanto acreditava que as novas leis poderiam trazer uma mudança significativa.

Ao contrário, no campo, a situação era de marcada por grande radicalização caracterizada por invasões de propriedades senhoriais,,onde muitos nobres foram executados, cartórios invadidos, onde os títulos de propriedade feudal eram queimados. Os camponeses não possuíam uma ideologia definida e nem um projeto acabado, porém o movimento -- Grande Medo - refletia a situação de profunda miséria vivida no campo.
Ao fugir do controle da burguesia, o movimento camponês foi responsável por uma das primeiras mudanças significativas da Revolução: a 26 de agosto foi aprovada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de inspiração iluminista, defendia o direito a liberdade, à igualdade perante a lei, a inviolabilidade da propriedade privada e o direito de resistir à opressão.
Fonte. Site www.histórianet.com.br

segunda-feira, 11 de julho de 2011

África Diversa - I encontro de cultura afro-brasileira

de 17 a 22 de julho de 2011
Centro Municipal de Artes
Calouste Gulbenkian/RJ

O Brasil recebeu e ainda recebe uma grande influência da África na formação de sua identidade. A riqueza e diversidade das manifestações culturais, grupos, artistas e pesquisadores que encontramos em nosso território e que dialogam com a cultura de alguns países do continente africano nos comprovam a veracidade desta afirmação.
O projeto "África Diversa: I Encontro de Cultura Afro-Brasileira" traz uma programação que inclui shows, apresentações, oficinas, mini-cursos, contações de histórias, mostra de cinema, livraria, lançamentos de livros, palestras e um seminário; no intuito de mostrar um panorama da diversidade cultural afro-brasileira e africana.
As atividades vão privilegiar em sua abordagem os seguintes temas: a formação de identidades da cultura afro-brasileira, sua diversidade cultural, a relação entre tradição e contemporaneidade, o diálogo África-Brasil e a importância da transmissão oral nestas sociedades.
O primeiro encontro será de 18 a 22 de julho de 2011 e será realizado no Centro Municipal de Artes Calouste Gulbenkian, na Praça Onze com artistas como Naná Vasconcelos (PE), François Moïse Bamba (Burkina Faso), Raíz de Polon (Cabo Verde). No dia 17 de julho, dia anterior à abertura oficial, dois cortejos bastante simbólicos - a Guarda de Moçambique de Nossa Senhora das Mercês e a Guarda de Congo de Nossa Senhora do Rosário da cidade de Oliveira, Minas Gerais - que cantam e dançam uma tradição iniciada antes de 1888, mas que hoje ainda se encontra viva e em constante movimento, farão cortejos pela cidade do Rio de Janeiro. Em Copacabana, estes grupos vão encontrar o mar, cantando e louvando as tradições de Nossa Senhora do Rosário, surgida das águas. Já na Praça XV, local da assinatura da lei que libertou os escravos, os tambores, gungas e patangomes - instrumentos utilizados pelos Congadeiros - vão mostrar a força da cultura negra.
Dentro da programação do "África Diversa", criamos um Seminário que inclui duas mesas, três mini-cursos e oito oficinas para a formação de 120 educadores, com a participação de nomes como Alberto da Costa e Silva, Nei Lopes, Emanoel Araújo. Esta ação vai colaborar na demanda da abordagem de questões ligadas à cultura afro-brasileira em sala de aula, trazendo novas questões, olhares e reflexões sobre essa temática no Brasil e na África, rememorando a nós, brasileiros, quem somos e os diversos caminhos, experiências e realidades que encontramos do lado de lá e de cá do Atlântico.
Daniele Ramalho
Curadoria
 
Mais informações: http://africadiversa.com.br

Madame Satã

Madame Satã

Lapa, em meados dos anos 1930 e 1940, neste cenário, hoje saudosista, surge um personagem emblemático da vida noturna e marginal do Rio de Janeiro.
João Francisco dos Santos nasceu em 25 de fevereiro de 1900 na cidade de Glória de Goitá em Pernambuco.
Foi dado por sua mãe a um senhor ainda menino e pouco depois fugiu com uma mulher que lhe ofereceu um emprego no Rio de Janeiro.
Passou a maior parte de sua vida nas ruas boêmias da Lapa.
Negro elegante, pobre limpo, célebre marginal, valentão, artista, homossexual com orgulho, analfabeto inteligente, capoeirista e carnavalesco.
 João ficou conhecido como Madame Satã porque ganhou um concurso de fantasias em 1938 fantasiado de morcego com muitas lantejoulas que lembrava uma personagem do filme Madame Satã (filme exibido na época).
Algumas semanas após o baile de carnaval do Teatro da República, João e seus amigos gays foram até o Passeio Público (Centro do Rio) onde sempre se reuniam para as “prosas”, quando foram abordados por policiais e levados à delegacia.
Chegando lá, o policial perguntou à João qual era o seu apelido e com medo de alguma represália, João (conhecido como malandro) não disse qual era o seu verdadeiro apelido.
Por coincidência o policial estava no baile de carnaval na ocasião que o Malandro ganhou o concurso e o reconheceu: “Não era você que se fantasiou de Madame Satã e ganhou o concurso do baile de carnaval este ano?

E desde então o Malandro da Lapa passou a ser conhecido como Madame Satã.
Após despontar como um dos primeiros travestis dos palcos brasileiros ganhou fama como valente em escaramuças na Lapa, principal reduto da boemia e da malandragem carioca nos anos 30, quase sempre resistindo à prisão por autoridades policiais.
Nos anos 40 saía de Madame Satã, uma referência à personagem que ele encarnava travestido como cantor e ator, e que lhe valeu o título de Rainha do Carnaval por três vezes.

Na Lapa, muitas vezes trabalhou como segurança de casas noturnas. Cuidava que as meretrizes não fossem vítimas de estupro ou de agressão.
Foi preso várias vezes, chegando a ficar confinado ao presídio da Ilha Grande, agora em ruínas. Freqüentemente, Madame Satã enfrentava a polícia, sendo detido por desacato à autoridade. Exímio capoeirista, lutou por diversas vezes contra mais de um policial, geralmente em resposta a insultos que tivessem como alvo mendigos, prostitutas, travestis e negros.
É considerado uma referência na cultura marginal urbana do século XX.
 Faleceu logo após a sua última saída da prisão, em abr/1976, morando em sua casa  (na Ilha Grande) que hoje em dia é um camping.

Acesse o link abaixo e leia a entrevista dada por madame Satã ao  Jornal 'Pasquim' ,  em 05 de maio de 1971:

Fontes: Wikipédia,  http://www.ilhagrande.org/Madame-Sata

sábado, 9 de julho de 2011

Revolução Constitucionalista de 1932




Em linhas gerais, a Revolução Constitucionalista de 1932 é compreendida como uma reação imediata aos novos rumos tomados pelo cenário político nacional sob o comando de Vargas. Os novos representantes estabelecidos no poder, alegando dar fim à hegemonia das oligarquias, decidiram extinguir o Congresso Nacional e os deputados das assembléias estaduais. No lugar das antigas personalidades políticas, delegados e interventores foram nomeados com o aval do presidente da República.

A visível perda de espaço político, sofrida pelos paulistas, impulsionou a organização de novos meios de se recolocar nesse cenário político controlado pelo governo de Vargas. O clima de hostilidades entre os paulistas e o governo Vargas aumentou com a nomeação do tenente João Alberto Lins de Barros, ex-participante da Coluna Prestes, como novo governador de São Paulo. O desagrado dessa medida atingiu até mesmo os integrantes do Partido Democrático de São Paulo, que apoiaram a ascensão do regime varguista. 
Cartaz de propaganda do movimento
Além disso, podemos levantar outras questões que marcaram a formação deste movimento. No ano de 1931, a queda do preço do café, em conseqüência da crise de 29, forçou o governo Vargas a comprar as sacas de café produzidas. Essa política de valorização do café também ordenou a proibição da abertura de novas áreas de plantio, o que motivou o deslocamento das populações camponesas para os centros urbanos de São Paulo.

Os problemas sociais causados pelo inchaço urbano agravaram um cenário já marcado pela crise econômica e as mudanças políticas. Talvez por isso, podemos levantar uma razão pela qual a revolução constitucionalista conseguiu mobilizar boa parte da população paulista. Mais do que atender os interesses das velhas oligarquias, os participantes deste movimento defendiam o estabelecimento de uma democracia plena, onde o respeito às leis pudessem intermediar um jogo político já tão desgastado pelo desmando e os golpes políticos.

Antes de pegar em armas, representantes políticos de São Paulo pressionaram para que o governo Vargas convocasse uma Constituinte e a ampliação da autonomia política dos Estados. Em resposta, depois de outros nomes, indicou o civil e paulista Pedro de Toledo como novo governador paulista. Logo em seguida, Getúlio Vargas formulou um novo Código Eleitoral que previa a organização de eleições para o ano seguinte. No entanto, um incidente entre estudantes e tenentistas acabou favorecendo a luta armada.

Em maio de 1932, um grupo de jovens estudantes tentou invadir a sede de um jornal favorável ao regime varguista. Durante o conflito – que já havia tomado as ruas da cidade de São Paulo – os estudantes Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo foram assassinados por um grupo de tenentistas. As iniciais dos envolvidos no fato trágico inspiraram a elaboração do M.M.D.C., que defendia a luta armada contra Getúlio Vargas.

No dia 9 de julho de 1932, o conflito armado tomou seus primeiros passos sob a liderança dos generais Euclides de Figueiredo, Isidoro Dias Lopes e Bertoldo Klinger. O plano dos revolucionários era empreender um rápido ataque à sede do governo federal, forçando Getúlio Vargas a deixar o cargo ou negociar com os revoltosos. No entanto, a ampla participação militar não foi suficiente para fazer ampla oposição contra o governo central.

O esperado apoio aos insurgentes paulistas não foi obtido. O bloqueio naval da Marinha ao Porto de Santos impediu que simpatizantes de outros estados pudessem integrar a Revolução Constitucionalista. Já no mês de setembro daquele ano, as forças do governo federal tinham tomado diversas cidades de São Paulo. A superioridade das tropas governamentais forçou a rendição dos revolucionários no mês de outubro.
Por Rainer Sousa

Fonte  site brasilescola.com
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