segunda-feira, 11 de julho de 2011

Madame Satã

Madame Satã

Lapa, em meados dos anos 1930 e 1940, neste cenário, hoje saudosista, surge um personagem emblemático da vida noturna e marginal do Rio de Janeiro.
João Francisco dos Santos nasceu em 25 de fevereiro de 1900 na cidade de Glória de Goitá em Pernambuco.
Foi dado por sua mãe a um senhor ainda menino e pouco depois fugiu com uma mulher que lhe ofereceu um emprego no Rio de Janeiro.
Passou a maior parte de sua vida nas ruas boêmias da Lapa.
Negro elegante, pobre limpo, célebre marginal, valentão, artista, homossexual com orgulho, analfabeto inteligente, capoeirista e carnavalesco.
 João ficou conhecido como Madame Satã porque ganhou um concurso de fantasias em 1938 fantasiado de morcego com muitas lantejoulas que lembrava uma personagem do filme Madame Satã (filme exibido na época).
Algumas semanas após o baile de carnaval do Teatro da República, João e seus amigos gays foram até o Passeio Público (Centro do Rio) onde sempre se reuniam para as “prosas”, quando foram abordados por policiais e levados à delegacia.
Chegando lá, o policial perguntou à João qual era o seu apelido e com medo de alguma represália, João (conhecido como malandro) não disse qual era o seu verdadeiro apelido.
Por coincidência o policial estava no baile de carnaval na ocasião que o Malandro ganhou o concurso e o reconheceu: “Não era você que se fantasiou de Madame Satã e ganhou o concurso do baile de carnaval este ano?

E desde então o Malandro da Lapa passou a ser conhecido como Madame Satã.
Após despontar como um dos primeiros travestis dos palcos brasileiros ganhou fama como valente em escaramuças na Lapa, principal reduto da boemia e da malandragem carioca nos anos 30, quase sempre resistindo à prisão por autoridades policiais.
Nos anos 40 saía de Madame Satã, uma referência à personagem que ele encarnava travestido como cantor e ator, e que lhe valeu o título de Rainha do Carnaval por três vezes.

Na Lapa, muitas vezes trabalhou como segurança de casas noturnas. Cuidava que as meretrizes não fossem vítimas de estupro ou de agressão.
Foi preso várias vezes, chegando a ficar confinado ao presídio da Ilha Grande, agora em ruínas. Freqüentemente, Madame Satã enfrentava a polícia, sendo detido por desacato à autoridade. Exímio capoeirista, lutou por diversas vezes contra mais de um policial, geralmente em resposta a insultos que tivessem como alvo mendigos, prostitutas, travestis e negros.
É considerado uma referência na cultura marginal urbana do século XX.
 Faleceu logo após a sua última saída da prisão, em abr/1976, morando em sua casa  (na Ilha Grande) que hoje em dia é um camping.

Acesse o link abaixo e leia a entrevista dada por madame Satã ao  Jornal 'Pasquim' ,  em 05 de maio de 1971:

Fontes: Wikipédia,  http://www.ilhagrande.org/Madame-Sata

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