quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Livros...teorias...questionamentos...

Teóricos equivocados podem causar grandes prejuízos. Já tivemos livros que incentivavam a matança de mulheres consideradas bruxas, defendiam a inferioridade de certas nacionalidades, diziam que as mulheres eram menos inteligentes que os homens. Com a ajuda de historiadores, a revista Super listou 7 livros que, por causa de teorias equivocadas, inspiraram pessoas a cometer atos e sustentar ideias desastrosas.
Os livros não estão em nenhuma ordem particular e, é claro, foi impossível listar todos eles. Comente e diga quais você acha que faltaram.

1- “L’uomo delinqüente” (O homem delinquente), Cesare Lombroso, 1876
O médico e cientista italiano Cesare Lombroso defende, nesse livro, a teoria de que certas pessoas nasceram para ser criminosas e que isso é determinado por características físicas, como nariz adunco e testa fina, traços típicos dos judeus. A obra fez muito sucesso e influenciou o direito penal no mundo todo. Mas o problema maior foi que a obra também reforçou várias teorias racistas – principalmente o anti-semitismo nazista. O detalhe é que o próprio autor era judeu e sua intenção era simplesmente ajudar a ciência penal e jurídica. Atualmente, a teoria caiu no descrédito. Mas, mesmo assim, ainda há quem a defenda (sempre tem, né?).
2- “Mein Kampf” (Minha Luta), Adolf Hitler, 1925
O livro de Hitler tem, na verdade, 2 volumes. O primeiro foi escrito quando ele tinha 35 anos e estava preso por causa de uma tentativa de golpe de estado mal-sucedida. O segundo, inédito no Brasil, foi escrito já fora da prisão. O livro se destacou pelo racismo e anti-semitismo do autor, que via o judaísmo e o comunismo como grandes males e ameaças do mundo – o autor pretendia erradicar ambos da face da terra. A obra revela o desejo de transformar a Alemanha num novo tipo de Estado que abrigasse a raça pura ariana e que o tivesse como um líder de grandes poderes. Era um aviso para o mundo, mas na época ninguém de fora da Alemanha deu muita bola. Mein Kampf ainda hoje influencia os neonazistas.
3- “A inferioridade intelectual da mulher”, Carl Moebius, século 19. Sem tradução para o português.
Psicólogo influente em meados do século 19, Moebius escreveu esse livro seguindo idéias já bastante disseminadas desde a época de Platão e Aristóteles e defendia a inferioridade feminina e a restrição dos seus direitos. Usando pesquisas e tabelas pseudo-científicas, ele comparou o desempenho feminino em determinadas áreas intelectuais quando em disputa com homens (em um teste parecido com o vestibular de hoje). Pensadores antifeministas citavam essa obra para apoiar teses de que as mulheres não deveriam ter uma série de direitos por serem “inferiores intelectualmente”.
4- “O martelo das bruxas” ou “Malleus Maleficarum”, Jacob Sprenger, 1485
Manual de caça às bruxas que levou muita gente à fogueira, o livro foi muito influente entre as igrejas católica e protestante. Jacob Sprenger indicou uma série de procedimentos para a identificação das bruxas: se a mulher tivesse uma convivência maior com gatos, por exemplo, já era suspeita. A obra foi responsável por quase 150 anos de matança indiscriminada de mulheres. A onda só passou depois que o método científico começou a prevalecer sobre a crença religiosa cega, a partir da publicação dos estudos de Isaac Newton. Com o pessoal discutindo assuntos científicos, pegava mal ficar caçando bruxa.
5- “Essai sur l’inégalité des races humaines” (Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas), Joseph Gobineau, 1855
O livro do cientista social Gobineau virou referência obrigatória para aqueles que defendem a superioridade de algumas raças sobre as outras. O autor desempenhou por um bom tempo cargo diplomático na corte de D. Pedro II e achava o Brasil “uó” por ter tanta miscigenação. Segundo ele, a miscigenação degenera as sociedades porque piora as supostas limitações das raças inferiores (as não-brancas, para ele). A obra passou a ser usada para sustentar a legitimidade do tráfico negreiro. Sua tese foi tão aceita que até hoje existem alguns cientistas que mantém a crença na superioridade de algumas raças.
6- ” The Man Versus the State ” (O Indivíduo Contra o Estado), Herbert Spencer, 1884
Embora alguns digam que essa é uma leitura injusta do livro, ele foi utilizado para a defesa do capitalismo selvagem no século 19, principalmente nos EUA. Spencer defende que, assim como ocorre na natureza, nas sociedades humanas também prevalecem os mais aptos. Isso quer dizer que os ricos e poderosos são assim porque estão mais preparados que os pobres. O livro passou a ser usado, então, para justificar a falta de ética nas relações comerciais, com a destruição implacável da concorrência, a busca incessante por riquezas e o pouco caso com os pobres.
7- The Seduction of the Innocent (“A sedução dos inocentes”), Frederic Wertham, 1954
Ok que o livro não gerou nenhuma atrocidade, mas ajudou a disseminar ideias equivocadas a respeito de uma coisa que a gente gosta: quadrinhos. No livro, o psiquiatra alemão-americano Werthan forjou argumentos para atribuir às HQs o papel de culpadas por casos de delinquência, abandono dos estudos e homossexualidade entre crianças e adolescentes. O livro foi lançado numa época em que as HQs eram um dos gêneros de leitura mais consumidos nos EUA e até o governo pensou em proibi-los (naquele tempo, rolava uma preocupação imensa nos EUA de que os jovens estivessem sendo corrompidos por idéias comunistas). Para evitar isso, as editoras lançaram o Comics Code Authority – um código de autocensura que ainda existe e que seria um indicativo de que o material publicado não iria degenerar os jovens.

** Fontes: Lincoln Ferreira Secco (USP), Jézio Hernani Bomfim Gutierre (UNESP), Márcio dos Santos Rodrigues ( UFMG), Adriana Romeiro (UFMG)

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

NATAL LITERÁRIO - Doe, Ajude e Participe!

Seja solidário...

Igreja Nossa Senhora da Penha - RJ

Igreja Nossa Senhora da Penha, RJ - anos 1930
Originou-se de capela construída em 1635 pelo português Baltazar de Abreu Cardoso em suas terras. Consta que ele subia a pedra para ver, do alto, suas plantações, quando foi surpreendido por uma enorme cobra. Ao invocar Nossa Senhora, apareceu um lagarto que atacou a cobra. Grato à intervenção, construiu uma pequena igrejinha.
Mais tarde, doou todas as suas terras à Virgem Maria, surgindo, em 1728, a Venerável Irmandade de Nossa Senhora da Penha que construiu uma nova igreja, com torre e sinos, no lugar da igrejinha inicial. Em 1870, foi construída uma nova igreja ampliada em 1900, quando ganhou duas torres que passariam a abrigar um carrilhão vindo de Portugal e inaugurado em 1925.
1920

A igreja fica no alto de um penhasco, ao topo de uma escada de 382 degraus escavados na rocha por iniciativa de um casal que recebeu, em 1819, uma graça. Muitos fieis a sobem de joelhos, em pagamento de promessas. Hoje, é um santuário muito freqüentado, principalmente no mês de outubro.
Visão atual
O interior da igreja é bastante simples, apenas um altar na capela-mor com a imagem da padroeira. A Igreja foi tombada pelo Município, em 1990. 

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Vamos de ônibus...desde quando?

MHV Benz Omnibus 1896

 No mundo
A designação dos veículos automóveis de transporte de passageiros varia de país para país e mesmo de região para região. Várias das designações têm origem em omnibus (significando "para todos" em latim). Este termo foi usado, desde o século XIX, para designar um tipo de transporte coletivo de passageiros puxado a cavalo, usado nas grandes cidades do mundo, com caraterísticas e funções muito semelhantes aos transportes coletivos atuais.
No Brasil, os transportes coletivos de passageiros são designados "ônibus", termo originado diretamente em "omnibus".
O conceito de ônibus como modalidade de transporte público tem sua origem na cidade de Nantes, França onde, em 1826, Stanislav Baudry decidiu estabelecer um transporte entre o centro da cidade e as instalações de banhos públicos de sua propriedade em Richebourg, nos arredores da cidade. O serviço combinava as funções das carroças hackney com as das diligências que percorriam uma rota pré-determinada, transportando passageiros e correio. O veículo era dotado de bancos de madeira ao longo do mesmo e a entrada era efetuada por trás.
Primeiro ônibus do mundo- Mercedes Benz 1895
 
Em 1830, o britânico Sir Goldworthy Gurney desenvolveu uma longa carruagem movida a vapor, provavelmente o primeiro ônibus motorizado. Mas, nas grandes cidades onde o transporte coletivo se desenvolvia, a tração animal evoluía para o transporte sobre trilhos.
Em 1895, Karl Benz criou o primeiro ônibus movido por um motor a explosão. Dotado de um motor a gasolina de 5cv, o ônibus de Benz alcançava 15Km/h e transportava até oito passageiros entre as localidades de Netphen e Deutz.
O serviço de ônibus produziu repercussões na sociedade e na urbanização. Socialmente, o serviço colocava pessoas, em intimidade física sem antecedentes, espremidos uns contra os outros numa pressão democrática que mesmo a pessoa de classe média com a mentalidade mais liberal tinha experimentado antes. Só os mais pobres permaneciam excluídos. Assim surgiu uma nova divisão na sociedade urbana, dividindo aqueles que possuíam carruagens e os que não possuíam.

No Brasil
1917 - primeiro ônibus elétrico no Brasil
 
O primeiro serviço de ônibus efetivo no Rio de Janeiro surgiu em julho de 1838, com dois carros de dois pavimentos. A Companhia de Ônibus, concessionária do serviço, foi criada por iniciativa de Aureliano de Sousa e Oliveira Coutinho, Paulo Barbosa da Silva, José Ribeiro da Silva, Manoel Odorico Mendes e Carlos Augusto Taunay. As linhas da companhia deveriam partir do Centro para Botafogo, Engenho Velho e São Cristóvão no princípio, para posteriormente se estenderem a outros locais. Após dificuldades iniciais, como a oposição dos proprietários de carros de praça, a companhia prosperou bastante.
No ano de 1908, foi introduzido o primeiro serviço regular de ônibus a gasolina do Brasil. Em comemoração aos 100 anos da abertura dos portos por D. João VI, foi realizada na Praia Vermelha a Exposição Nacional. O empresário Otávio da Rocha Miranda obteve então da prefeitura uma concessão para a implantação, em caráter provisório, de uma linha de auto-ônibus que circulava ao longo da avenida Central, hoje Rio Branco. Os veículos também realizavam viagens extraordinárias do centro da cidade até o local da Exposição, na Praia Vermelha. A mecânica desses carros era do fabricante Daimler, e a carroceria de origem francesa.
1908 primeiro ônibus a gasolina no Brasil
Em 1917, a prefeitura aprova a instalação de um serviço de ônibus pela Av. Rio Branco, entre a praça Mauá e o Palácio do Monroe (antigo Senado). Foram utilizados carros elétricos movidos a bateria, construídos nos Estados Unidos. Tendo sido os veículos aprovados nos testes, o serviço foi inaugurado em 1918, durando até 1928. 
Fontes:

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Petrópolis - a cidade de Pedro

Museu Imperial  - antigo Palácio Imperial
Em princípios do século XIX  a viagem da corte até Petrópolis levava cerca de dois dias. Só em 1854, com a construção da estrada de ferro pelo Barão de Mauá, o tempo foi reduzido para quatro horas. Então era preciso pegar um barco no porto, cruzar a baía de Guanabara, e daí,  seguir de trem até a raiz da serra e depois ainda apanhar uma diligência  até Petrópolis.  Mais tarde a linha férrea foi estendida até a cidade. Hoje em dia subir a serra até Petrópolis não leva mais que uma hora. Mas a "velha cidade de Pedro"  ainda guarda muitas histórias daqueles tempos. 
Palácio de Cristal
Foi em 1822 que D. Pedro I  encantou-se com a paisagem exuberante formada pela mata atlântica e com o clima ameno da região serrana, que durante o século XVIII abriu caminho para muitos bandeirantes e aventureiros que seguiam para as vilas mineradoras. O imperador adquiriu  uma propriedade na região - a fazenda do Córrego Seco.  Finalmente poderia realizar o sonho de construir um palácio de verão. Os planos foram interrompidos pela volta de D.Pedro I a Portugal. Mas o projeto não foi esquecido por seu filho.
Na década de 1840, D.Pedro II iniciou a construção de um belo prédio neoclássico no alto da serra da Estrela . Ao mesmo tempo em que iniciava a construção da morada de verão planejava a fundação da "povoação-Palácio de Petrópolis", através da doação de terras a colonos livres, sobretudo imigrantes da atual Alemanha. Assim nascia Petrópolis, povoação que ao longo do século XIX gravitou em torno da família real e seu grandioso palácio.
Nem mesmo o fim da Monarquia e o exĺio de D.Pedro II e seus familiares esvaziaram a cidade, que entre 1894 e 1902 foi elevada a capital do Estado do Rio de Janeiro. Desde 1943, quando o presidente Vargas criou o Museu Imperial, turistas de todo o canto do Brasil e de outros países continuam a subir a serra para conhecer as memórias do Segundo Reinado nos jardins, salões e quartos do antigo casarão. 
Ao fundo, a Catedral São Pedro de Alcântara
Cinco lugares imperdíveis em Petrópolis
Museu Imperial: Localizado no antigo palácio imperial, é um dos museus mais visitados do Brasil.
Catedral de São Pedro Alcântara: Catedral em estilo neogótico francês do século XVIII, teve sua pedra fundamental lançada em 1884, por D. Pedro II.
Palácio de Cristal: Inaugurado em 1884 para abrigar exposições agrícolas.
Casa de Santos Dumont: Planejada e erguida por Santos Dumond para servir de residência de verão.
Palácio Quitandinha: Na década de 1940 era considerado o maior cassino-hotel da América do Sul.
Fonte consultada: Revista História Viva, nº 55 pag. 74

domingo, 5 de dezembro de 2010

Centenário de Noel Rosa - o poeta do samba

Noel Rosa - nasceu em 11/12/1910
Noel Rosa nasceu no bairro de Vila Isabel, no Rio de Janeiro, que se tornou célebre através de suas músicas.
Noel cresceu franzino e doentio. Apesar disso, desde a adolescência interessou-se pela vida boêmia, freqüentando rodas de samba. Aprendeu a tocar bandolim com sua mãe, adotando depois o violão, que aprendeu a tocar com o pai, como seu instrumento.
Em 1927, Noel fundou, com os compositores Almirante e Braguinha, o Bando dos Tangarás. Nesse ano, criou suas primeiras composições, "Minha Viola" e "Festa no Céu".
Entrou para a Faculdade Nacional de Medicina em 1930, que abandonou dois anos depois.
Em 1931, a composição "Com que Roupa?" tornou-se um grande sucesso no Carnaval.
Durante a década de 1930, Noel Rosa tornou-se um compositor extremamente criativo e protagonizou uma carreira vertiginosa, com mais de uma centena de composições, entre sambas e marchinhas. Trabalhou com dezenas de parceiros. Foi nessa década que compôs os sucessos "Feitiço da Vila", "Filosofia", "Fita Amarela", "Gago Apaixonado", "O x do Problema", "Palpite Infeliz" e "Pra que Mentir".

Noel Rosa vendeu suas músicas para outros cantores, tornando-se conhecido no rádio, pelas vozes de cantores como Araci de Almeida, Mário Reis e Francisco Alves.
Além de serem crônicas da vida carioca, as letras bem elaboradas de Noel Rosa tematizaram o amor. Em 1934 o poeta apaixonou-se por Ceci, que conheceu numa festa junina. No fim desse ano, no entanto, acabou casando-se com Lindaura.
Doente de tuberculose, Noel Rosa passou uma temporada em Belo Horizonte, em busca de tratamento, voltando depois ao Rio de Janeiro. Continuou levando a vida nos bares, bebendo e fumando.
Apresentava-se em programas de rádio e fazia recitais e apresentações públicas. Em 1935, ainda viu duas composições suas estrearem no cinema, no filme "Alô, Alô Carnaval".
Noel tinha apenas 26 anos quando faleceu em sua casa, no bairro de Vila Isabel.
Fonte: http://www.netsaber.com.br/biografias/

Quer saber mais sobre Noel? Sua vida, suas músicas e parcerias? Então acesse o link abaixo:

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