terça-feira, 30 de novembro de 2010

O mestre Cartola

Cartola
No dia 11 de outubro de 1908, nascia no Rio de Janeiro um dos maiores compositores da música brasileira de todos os tempos. Cartola , como ficaria conhecido, era um homem simples que ao longo de mais de cinco décadas construiu um dos legados musicais mais importantes do cancioneiro nacional. Ele compôs e cantou o amor como ninguém. Seu ritmo era o samba... Cartola pode ser considerado o nosso trovador do século XX, por ter composto as mais lindas cantigas de amor. Angenor de Oliveira, vulgo Cartola, é o trovador do samba.
Ao longo de seus 72 anos de vida, Cartola compôs, sozinho ou em parcerias, cerca de quinhentas canções. Seus principais parceiros: Elton Medeiros, Carlos Cachaça, Noel Rosa e Dalmo Castello. Até hoje essas músicas são regravadas por vários intérpretes, tamanha é a grandeza de seus versos e melodias. "O Sol Nascerá" (uma composição do início dos anos 60), por exemplo, já teve mais de seiscentas regravações até o momento
Entre algumas antológicas gravações das músicas de Cartola estão "Alvorada no Morro" (de Cartola, Carlos Cachaça e Hermínio Bello de Carvalho) na voz de Carlos Cachaça; "Garças Pardas" (parceria dos anos trinta de Cartola e Zé da Zilda), na voz de Clementina de Jesus; "Soldado do Amor" (de Cartola e Nuno Veloso) com Maria Creuza, e "Não Posso Viver Sem Ela" (de Cartola e Bide), com Paulinho da Viola.
Cartola morreu de câncer em 30 de novembro de 1980, deixando vários orfãos na música. Seus parceiros, amigos e todos aqueles que desfrutaram de sua convivência até hoje sentem enorme saudade do grande e "divino" mestre de Mangueira.
Cartola só conseguiu realizar seu sonho de gravar um disco em 1974, aos 65 anos de idade. Sua vida conturbada e a falta de oportunidades fizeram com que sua obra só fosse conhecida oficialmente num disco lançado pelo produtor Marcus Pereira. Apesar de ter sido famoso nos anos trinta, reconhecido nos anos setenta e muito querido por todos (em destaque com o maestro Radamés Gnattali), Cartola nunca recebeu consideração à altura de sua obra. Nas duas últimas décadas, muitas foram as homenagens póstumas prestadas a ele por artistas como Beth Carvalho, Alcione, Paulinho da Viola, Chico Buarque, Leny Andrade, Cazuza e Marisa Monte. Exemplos disso são o LP "Bate Outra Vez" de 1988, o CD de Leny Andrade, lançado em 1994, e a homenagem prestada por Chico Buarque num CD gravado em 1997 (Chico Buarque de Mangueira) feito em companhia dos integrantes da Estação Primeira de Mangueira.
Fonte Consultada: http://www.tvcultura.com.br

Quer ouvir Cartola? Então acesse: http://www.youtube.com

Censo 2010 - resultados

Distribuição da população no Rio de Janeiro - IBGE
clique na imagem para amplia-la
O Censo 2010, divulgado no dia 28 de novembro, revelou dados curiosos sobre o Rio, como as cidades com mais homens e mais mulheres. O site do GLOBO montou uma lista com os municípios que integram o top 5 em cada categoria.
Municípios mais populosos do Estado:
1 - Rio de Janeiro (6.323.037 habitantes)
2 - São Gonçalo (999.901 habitantes)
3 - Duque de Caxias (855.046 habitantes)
4 - Nova Iguaçu (795.212 habitantes)
5 - Niterói (487.327 habitantes)
Municípios menos populosos do Estado:
1 - Macuco (5.269 habitantes)
2 - São José de Ubá (7.003 habitantes)
3 - Laje do Muriaé (7.491 habitantes)
4 - Comendador Levy Gasparian (8.183 habitantes)
5 - Rio das Flores (8.545 habitantes)
Municípios do Estado com maior percentual de homens:
1- Sumidouro (51,32%)
2- Trajano de Moraes (51,16%)
3- Santa Maria Madalena (51,11%)
4- Carapebus (50,88%)
5- Silva Jardim (50,61%)
Municípios do Estado com maior percentual de mulheres:
1- Niterói (53,69%)
2- Nilópolis (53,19%)
3- Rio de Janeiro (53,17%)
4- Mesquita (52,63%)
5- São João de Meriti (52,46%)
Municípios do Estado com maior percentual de população rural:
1 - Sumidouro (63,42%)
2 - São José de Ubá (55,76%)
3 - São José do Vale do Rio Preto (55,54%)
4- Trajano de Moraes (53,55%)
5 - São Francisco de Itabapoana (49,01%)
Fonte: jornal O GLOBO

domingo, 28 de novembro de 2010

V Jornada Cultural da Baixada Fluminense

Movimento onde grupos artísticos da Baixada Fluminense apresentam seus trabalhos, e agentes culturais e gestores públicos debatem propostas e experiências. Em sua 5ª edição, realizada este ano no Sesc Duque de Caxias, a Jornada Cultural tem como objetivo dialogar a respeito do cenário atual da produção cultural na região, e com isso contribuir para que os grupos realizem uma auto-reflexão da sua produção e da posição que ocupam neste território cultural.

3/12 às 15h
Apresentação de grupos culturais da região

Literatura
Pó de Poesia (a confirmar)
Exposição de livros de autores da Baixada Fluminense

Exposições
Gabriela Boechat
Daruich Hilal
Eduardo Souza
Olhares da Baixada
Moçambique e Brasil: Um Olhar sobre o Outro

Música
15h às 15h30: Clube Solitário do Éden
15h45 às 16h15: Km 13
16h30 às 17h: Visão Periférica
Dança
17h15 às 17h45: Setor BF (a confirmar)
18h às 18h30: Afrodance
18h45 às 19h15: Cia Luar de Dança

Show
20h30 – Show B.Negão & Os Seletores de Frequência, apresentação de Léo Almeida.

A mistura explosiva de Hip-Hop, Raggae, Dub, Jazz, Samba, Soul, Funk Carioca e Rock promovida pelo rapper BNegão e Os Seletores de Frequência, vem causando bastante impacto no Brasil e no exterior, atraindo um número cada vez maior de ouvintes pelo planeta.
Desde que lançou seu primeiro cd "Enxugando Gelo" (Independente, 2003), o grupo já percorreu as principais capitais do país e da Europa, lotando shows em algumas das principais casas de espetáculo destes lugares. O show conta ainda com a apresentação de Léo Almeida.

Local: Estacionamento do Sesc Duque de Caxias.
Preço: Grátis. AS CORTESIAS DEVEM SER RETIRADAS ANTECIPADAMENTE NAS UNIDADES DO SESC DUQUE DE CAXIAS; SÃO JOÃO DE MERITI, E NOVA IGUAÇU ATÉ O DIA 2/12. SUJEITO A LOTAÇÃO
Classificação: 12 anos

4/12 - Mesa redonda

Temas:
Dinamismo Econômico e Cultural da Baixada Fluminense. 10h às 12h;
Contextualização histórica dos movimentos culturais da Baixada Fluminense. 14h às 16h.

Inscrições pelo tel: 3659-8377 / 3659-8412

Grátis. [livre] SESC Duque de Caxias

sábado, 27 de novembro de 2010

Colônia, Monarquia, República: pacto das elites na História Brasileira

Tivemos a proclamação da República mais de seis décadas depois da independência, porque esta nos levou de Colônia à Monarquia pelas mãos do monarca português, que ainda nos ofendeu, com as palavras – que repetíamos burocraticamente na escola- “antes que algum aventureiro o faça”. Aventureiros éramos nós, algum outro Tiradentes, ou algum Bolívar, Artigas, Sucre, San Martin O´Higgins, que lideraram revoluções de independência nos seus países, expulsando os colonizadores em processos articulados dos países da região.

Foi o primeiro pacto de elite da nossa história, em que as elites mudam a forma da dominação, para imprimir continuidade a ela, sob outra forma política. Neste caso, impôs-se a monarquia. Tivemos dois monarcas descendentes da família imperial portuguesa, ao invés da República, construindo estados nacionais independentes, expulsando os colonizadores ao invés do “jeitinho” da conciliação.

Como sempre acontece com os pactos de elite, o povo é quem paga o seu preço. Enquanto nos outros países do continente, as guerras de independência terminaram imediatamente com a escravidão, esta se prolongou no Brasil, fazendo com que fossemos o último país a terminar com ela, prolongando-a por várias décadas mais. Nesse intervalo de tempo foi proclamada a Lei de Terras, de 1850, que legalizou – mediante a grilagem, aquela falcatrua em que o documento forjado é deixado na gaveta e o cocô do grilo faz parecer um documento antigo – todas as terras nas mãos dos latifundiários. Assim, quando finalmente terminou a escravidão, não havia terras para os escravos, que se tornaram livres, mas pobres, submetidos à exploração dos donos fajutos das terras.

Dessa forma, a questão colonial se articulou com a questão racial e com a questão agrária. Esse pacto de elite responde pelo prolongado poder do latifúndio e pela discriminação contra a primeira geração de trabalhadores no Brasil, os negros que, trazidos à força da África vieram para produzir riquezas para a nobreza européia como classe inferior. Desqualificava-se ao mesmo tempo o negro e o trabalho.

A República foi proclamada como um golpe militar, que a população assistiu “bestializada”, segundo um cronista da época, sem entender do que se tratava – o segundo grande pacto de elite, que marginalizou o povo das grandes transformações históricas.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O seu, o meu, o nosso...JEANS!


Jeans, o tecido universal
O jeans foi criado por um alemão com material francês e tintura indiana.
por Rafael Tonon
Se a humanidade teve um uniforme no século 20, foi o jeans. Fica difícil imaginar um país ou uma ocasião em que ele não seja encontrado. Serve para todas as idades e foi a primeira vestimenta usada por homens e mulheres. Esse caráter universal está no próprio DNA da peça: com base em uma ideia de um alfaiate americano, um comerciante alemão criou o jeans como uma variação de um tecido francês, muito usado por marinheiros genoveses. E a cor azul característica veio do índigo, uma tintura desenvolvida na Índia.

Essa história começou em 1847, quando o jovem germânico Oscar Levi Strauss (1829-1902) abriu uma loja de secos e molhados em São Francisco, na Califórnia, bem no auge da mineração no Velho Oeste norte-americano. Ainda sem falar direito o inglês, ele começou a vender rolos de lona, usados para erguer tendas ou cobrir carroças. Um de seus compradores era o costureiro Jacob David Youphes. O americano adaptou o tecido para fazer calças, e os mineradores adoraram a novidade. Agora eles tinham roupas bem mais resistentes que suas peças de algodão, que rasgavam com facilidade. Ao saber dessa demanda, Levi Strauss contratou Youphes e começou a fabricar calças de lona.

Mas o tecido era duro demais. As peças ficavam em pé sozinhas. Foi então que, pesquisando materiais, Strauss encontrou um tipo de brim francês, também resistente, mas flexível. E começou a fazer importações da cidade de Nîmes - motivo pelo qual esse brim passou a ser chamado de denim. Essa peça chegava ao fabricante com algumas variações de cor, entre o branco e o bege, o que atrapalhava na hora de combinar as tonalidades para costurar. Então o alemão resolveu tingir o tecido com índigo.

Pouco depois, Strauss percebeu que os mineradores precisavam de bolsos para guardar as pedras que encontravam. Em 1872, ele patenteou o produto. Não demorou muito para o garimpeiro Alkali Ike reforçar os seus com rebites de metal. E assim, com esse toque final de criatividade, estava pronta a calça jeans como a conhecemos. Nas décadas seguintes, ela conquistaria os mais diversos públicos, até atravessar todas as fronteiras do planeta.

Mil e uma utilidades
Ao longo de sua história, a roupa de mineradores mostrou-se versátil

Lona de barraca
Em 1850, o alemão Levi Strauss chegou à Califórnia com tecido para fazer barracas para os mineradores. Três anos depois, o alfaiate Jacob Youphes percebeu que o material funcionava muito bem como roupa.

Farda de guerra
Em 1916, Henry David Lee (1849-1928), que havia fundado sua empresa de calças em 1899, criou fardas jeans usadas pelo Exército americano na Primeira Guerra Mundial.

Roupa de fábrica
Na década de 20, o tecido passou a ser usado por operários. Em 1936, o hábito foi parar nos cinemas com o filme Tempos Modernos, em que Charles Chaplin (1889-1977) aparecia usando uniforme feito de jeans.

Uniforme de rebeldia
Nos anos 50, Elvis Presley (1935-1977), Marlon Brando (1924-2004), Marilyn Monroe (1926-1962) e James Dean (1931-1955) adotaram o tecido. "Foi quando o mercado se voltou para os desejos dos jovens", diz a consultora de moda Lu Catoira, autora do livro Jeans, a Roupa que Transcende a Moda.

Objeto de desejo
Nos anos 70 e 80, o jeans só não era vendido nos países dominados pela União Soviética. Do lado de lá da Cortina de Ferro, bandas de rock protestavam usando calças contrabandeadas.
Fonte:Revista Aventuras no História

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A pioneira Isabel

29/07/1846, Rio de Janeiro
14/11/1921, Paris
Com a eleição da presidente Dilma, o Brasil terá a segunda mulher a exercer o poder no nosso país. A princesa Isabel foi a primeira. Mas é claro que Isabel não foi eleita para o cargo de presidente e também não chegou a ser coroada monarca. Porém, durante alguns períodos  exerceu a regência, governando em nome do pai - o Imperador D. Pedro II.

Uma das mulheres mais citadas na história do Brasil, Isabel Cristina Leopoldina de Bragança, a princesa Isabel, colocou um ponto final no dia 13 de maio de 1888 em uma das maiores manchas do país -a escravidão. Naquele domingo, princesa Isabel assinou a Lei 3.353, mais conhecida como "Lei Áurea", declarando extinta a escravidão no Brasil, mesmo enfrentando muitas resistências dos fazendeiros e da elite em geral.
"A princesa imperial regente, em nome de sua majestade, o imperador d. Pedro 2º, faz saber a todos os súditos do império, que a Assembléia Geral decretou e ela sancionou a lei seguinte: Artigo 1º - É declarada extinta desde a data desta lei a escravidão no Brasil; Artigo 2º - Revogam-se as disposições em contrário", dizia o texto que libertou milhões de escravos, que por três séculos serviu de mão-de-obra para o crescimento do país.
Segunda filha de d. Pedro 2º e da imperatriz Teresa Cristina, princesa Isabel foi, por três vezes, regente do império. Em 1864, casou-se com o francês Luís Gastão de Orleans, o conde D'Eu. Antes da Lei Áurea, princesa Isabel sancionou as leis do primeiro recenseamento do império, naturalização de estrangeiros e relações comerciais com países vizinhos.
Em 28 de setembro de 1871, ela também sancionou a Lei do Ventre Livre, o primeiro passo efetivo para o fim da escravidão no Brasil -a lei estabelecia que todos os filhos de escravos estavam livres. A Lei do Ventre Livre foi assinada na época em que d. Pedro 2º fez a sua primeira viagem para a Europa, deixando, pela primeira vez, a princesa Isabel como regente do império. Em outras duas oportunidades a princesa também assumiu as mesmas funções.
Disposta a acabar com a escravidão no Brasil, princesa Isabel pressionou o ministério, que era contrário à abolição. A pressão exercida pela princesa deu resultado e o Gabinete foi dissolvido e seus integrantes foram substituídos por pessoas que defendiam o fim da escravatura. Em abril de 1888, um mês antes da assinatura da Lei Áurea, ela entregou 103 cartas de alforria para alguns escravos, deixando claro que esperava da Câmara federal a aprovação da lei, o que, de fato, aconteceu.
Com a morte de seu irmão mais velho, o príncipe d. Afonso, tornou-se herdeira do trono e sucessora do seu pai quando tinha apenas 11 meses. O reconhecimento oficial como sucessora aconteceu no dia 10 de agosto de 1850. No dia 29 de julho de 1860, ao completar 14 anos, princesa Isabel prestou juramento comprometendo-se a manter no Brasil a religião católica e ser obediente às leis e ao imperador.
Somente depois de 11 anos de casamento -fato raro para a época-, é que princesa Isabel teve o seu primeiro filho, Pedro de Alcântara. Depois, vieram mais dois: Luiz Maria Felipe e Antônio Gusmão Francisco. Com a proclamação da República, em 1889, a família real embarcou para o exílio na Europa. Ao lado de amigos, filhos e netos, e com grande dificuldade para se locomover -precisava do auxílio de uma cadeira de rodas-, princesa Isabel viveu os seus últimos dias em Paris, onde morreu no dia 14 de novembro de 1921. Os seus restos mortais foram transferidos para o Rio de Janeiro, juntamente com os de seu marido, em 1953.

Em tempo, o nome completo da Princesa Isabel era: Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon d'Orléans.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Dia Nacional da Consciência Negra

Imagem de Zumbi
No dia 20 de novembro comemora-se o Dia Nacional da Consciência Negra, em homenagem à morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.
O dia da consciência negra é uma forma de lembrar o sofrimento dos negros ao longo da história, desde a época da colonização do Brasil, tentando garantir seus direitos sociais. Também é marcado pela luta contra o preconceito racial, contra a inferioridade da classe perante a sociedade, além de temas como mercado de trabalho, discriminação política, moda e beleza negra, etnias, homenagens a negros que se destacaram.
Além desses assuntos, enfatizam sobre o respeito enquanto pessoas humanas, além de discutirem e trabalharem para conscientizar as pessoas da importância da raça negra e de sua cultura na formação do povo brasileiro e da cultura do nosso país.
 Grandes nomes marcaram a construção da cultura popular no Brasil e dentre esses  nomes é inegável a contribuição de Solano Trindade, pesquisador das nossas tradições populares, teatrólogo, pintor e boêmio; um ser humano de grande carisma e visão, para quem a arte representava parte essencial da vida. E é com Solano que homenageamos o dia 20 de novembro.

SOU NEGRO
A Dione Silva

Sou Negro
meus avós foram queimados
pelo sol da África
minh'alma recebeu o batismo dos tambores atabaques, gonguês e agogôs

Contaram-me que meus avós
vieram de Loanda
como mercadoria de baixo preço plantaram cana pro senhor do engenho novo
e fundaram o primeiro Maracatu.

Depois meu avô brigou como um danado nas terras de Zumbi
Era valente como quê
Na capoeira ou na faca
escreveu não leu
o pau comeu
Não foi um pai João
humilde e manso

Mesmo vovó não foi de brincadeira
Na guerra dos Malês
ela se destacou

Na minh'alma ficou
o samba
o batuque
o bamboleio
e o desejo de libertação...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

D. José - um quase rei

  
D. João VI jamais teria sido rei de Portugal se seu irmão D. José não tivesse morrido de varíola.
D. José foi o primeiro filho de D. Maria e era quem todos esperavam que subisse ao trono em substituição à sua mãe. Nascido em 20 de agosto de 1761, morreu vítima de varíola no ano de 1788, sem experimentar tal glória. Os historiadores do período acreditam que este fato junto com o falecimento do rei, D. Pedro III, agravaram a sanidade mental da rainha e elevaram D. João ao cargo de regente.
Criado por tutores, D. José estava sendo preparado para o cargo político mais importante do reino. Era um príncipe letrado, bem educado, mas não tinha a imponência de sua mãe. Segundo o Dicionário Histórico de Portugal, era preferido pelo Marquês de Pombal, principal ministro do governo de seu avô D. José I, e homem que tentou promover a lei sálica, onde não era permitido que mulheres subissem ao trono. Desta forma, quando D. José I falecesse, quem reinaria era o neto de mesmo nome. A lei não passou, mas a raiva de D. Maria para com o ministro aumentou, já que, se a lei fosse aprovada, ela nunca seria rainha.
Ao nascer, D. José trouxe tanta alegria à corte, que logo foi nomeado Príncipe da Beira, por seu avô. Com a morte do rei, se torna Príncipe do Brasil, titulo que pertencia a sua mãe, como primogênita e sucessora ao trono.
D. José realizou seu casamento para manter a sucessão dinástica na casa dos Bragança. Contraiu núpcias com sua tia, a infanta D. Maria Francisca Benedita, pouco antes de seu avô morrer. Ele tinha 15 anos, a infanta 30. Devido à tristeza da morte precoce de seu marido, se dedicou a obras pias como a fundação do hospital dos inválidos, na cidade de Runa.
O problema da sucessão dinástica já era aparente antes da morte de D. José. O jovem casal não conseguia ter filhos. D. João e D. Carlota Joaquina também tinham essa mesma dificuldade. Segundo Jorge Pedreira e Fernando Dores Costa (D. João VI: Um príncipe entre dois continentes, 2008) o maior medo da família real era que a dinastia ficasse a cargo da irmã deles D. Maria Vitória - a princesa casada na Espanha – e, diante disto, a “união das duas coroas” fosse estabelecida. O pânico do retorno à União Ibérica só acabou com o nascimento da primeira filha de D. João VI, em 1793, D. Maria Teresa.
O caso de D. José não foi único na história das famílias reais. Tanto em Portugal, como em outras monarquias, muitos primogênitos morreram, dando lugar aos demais filhos. Uma preocupação freqüente das famílias era a de possuir uma prole numerosa, para ter “reservas” de sucessores. A diferença, neste episódio, está na criação dos príncipes. A morte de D. José foi inesperada, e os irmãos foram educados de forma diferente, o primeiro preparado para o trono e o segundo como mais um membro da família real. O acaso fez com que D. João se tornasse rei e, aos poucos, isto fez com que ele aprendesse na prática o que era comandar o governo de terras tão fartas.
Por Carolina Ferro

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Era Feudal - vamos jogar?

Você gosta de estudar, ler ou ver filmes com referências ao feudalismo?
 Então, acesse o link e transporte-se para a Ideade Média com um jogo bem legal.
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domingo, 14 de novembro de 2010

19 de novembro - dia da Bandeira


A Bandeira Nacional do Brasil (acima), foi instituída em 19 de novembro de 1889, pelo decreto número 4, após a Proclamação da República. Os Estados da Federação são representados por estrelas.
Foi projetada por Raimundo Teixeira Mendes e Miguel Lemos, com desenho de Décio Vilares. Inspirada na antiga Bandeira do Império que foi desenhada pelo pintor francês Jean Baptiste Debret, sendo que a esfera azul-celeste e a divisa com a inscrição "Ordem e Progresso" está no lugar da Coroa Imperial. Dentro da esfera, está representado o céu do Rio de Janeiro, com a constelação do Cruzeiro do Sul, às 8h30 de 15 de novembro de 1889, dia da Proclamação da República.
A Bandeira Nacional é um dos símbolos mais importantes do país, devendo ser hasteada em todos os órgãos públicos, escolas, secretarias de governo etc. Seu hasteamento deve ser feito pela manhã e a arriação no fim da tarde. A bandeira não pode ficar exposta durante a noite, a não ser que seja bastante iluminada.
Durante toda sua história, o Brasil teve várias Bandeiras até que se concretizasse a atual.

Bandeira Reino Unido Portugal, Brasil e Algarves - período Joanino




Bandeira Imperial do Brasil

domingo, 7 de novembro de 2010

Da Monarquia a República

O 15 de novembro de 1889

Qualquer mudança de regime - especialmente após uma longa tradição política como aquela - só pode ser explicada por vários e complexos fatores. A velocidade e a força do processo de transformação pelo qual o Brasil passou na segunda metade do século 19 ajudam a explicar o crescente isolamento da Monarquia.
O período monárquico divide-se em três fases bem distintas. A primeira, chamada de 1° Reinado, vai da Independência, em 1822, à abdicação de dom Pedro 1°, em 1831. A segunda, conhecida como Regência, cobre os anos de 1831 a 1840. A última, denominada 2° Reinado, vai da antecipação da maioridade de dom Pedro 2°, em 1840, à Proclamação da República, em 1889. Trata-se do período mais longo da Monarquia brasileira, bem como da fase em que o Império passou por profundas transformações que abalaram a própria ordem vigente.

A crise da Monarquia

Sob o ponto de vista econômico, a segunda metade do século 19 caracterizou-se pela crise do Vale do Paraíba - até então, a mais importante região produtora de café brasileira - e a emergência dos cafeicultores do Oeste paulista. Ao contrário dos grandes fazendeiros do Paraíba, que apoiavam as instituições monárquicas, os dos Oeste paulista faziam oposição à centralização do Império.
De outro lado, ampliou-se a propaganda republicana. Embora a proposta sempre tivesse tido espaço nas discussões políticas, foi em 1870 que o Partido Republicano foi formalmente criado, no Rio de Janeiro. Nos anos seguintes, outros partidos semelhantes seriam organizados em províncias importantes do Império. Os republicanos "históricos" criticavam a centralização da Monarquia, seu caráter hereditário, o poder excessivo nas mãos de Pedro 2°, a vitaliciedade do Senado e o sistema político em geral, que excluía a maioria absoluta da população.
Outro elemento fundamental para a crise da Monarquia foi o desgaste entre os militares e o Império. O Exército brasileiro, cada vez mais "popular" em sua composição, passou a estar em franca contradição com o elitismo que sempre caracterizou o regime monárquico. As idéias trazidas da Guerra do Paraguai só alimentaram a disposição militar em "purificar" os costumes políticos, consolidando a auto-imagem do Exército, de salvador nacional.

A chegada da República

Aos poucos, os militares foram se colocando contra a Monarquia, aproximando-os daqueles que já levantavam a bandeira da República. A abolição da escravidão, em 1888, foi o golpe de misericórdia. Os grandes fazendeiros, extremamente dependentes da mão-de-obra escrava, ressentiram-se contra a Monarquia. Esta, por sua vez, isolava-se cada vez mais ao perder, uma a uma, suas forças de sustentação - fossem civis ou militares.
Com a saúde debilitada, o que só alimentava os boatos de que a Monarquia estava à deriva, o imperador ainda tentou incorporar as críticas de seus opositores com a nomeação do visconde de Ouro Preto para chefiar o gabinete ministerial, em julho de 1889. Ouro Preto propôs uma série de reformas políticas e sociais, recebendo inúmeras críticas dos setores conservadores que ainda sustentavam o Império.
Diante da crescente hostilidade do Exército, Ouro Preto resolveu aumentar os poderes da
Guarda Nacional, o que foi recebido como afronta pelos militares. Vários pequenos episódios ocorridos entre julho e novembro de 1889 radicalizaram ainda mais um quadro que já era de grande tensão. Assim, no dia 15 daquele mês, sob a liderança do marechal Deodoro da Fonseca, o Brasil passou da Monarquia à Republica.

A reação dos monarquistas

Nesse processo, os monarquistas não tiveram êxito em impedir o crescimento da bandeira republicana. No final do século 19, a Monarquia já dava claros sinais de ser um sistema incapaz de conciliar as velhas e novas demandas, atendendo satisfatoriamente os setores conservadores sem, contudo, ignorar a força crescente dos militares, das camadas médias urbanas (que surgiram com o aumento das cidades, notadamente em São Paulo) e dos fazendeiros do Oeste paulista.
Assim como em toda fase de intensa transformação, os primeiros anos da República foram marcados pelas dissensões, pelas divergências e pelas disputas em torno do caminho a seguir e da conciliação dos diferentes interesses das forças que sustentavam o novo regime. Os monarquistas conseguiram aproveitar habilmente as brechas no bloco político que apoiava a República.
Em várias ocasiões, como na Revolta da Armada, as figuras identificadas com a Monarquia souberam compor com os elementos descontentes com os primeiros governos republicanos para lutar contra o novo regime, em favor da restauração da Monarquia. Com o passar do tempo, porém, não conseguiram manter o mesmo espaço que tiveram outrora, sendo derrotadas pelos militares e civis que exerceram os primeiros mandatos presidenciais.
*Vitor Amorim de Angelo é historiador, mestre e doutorando em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Carlos

22 de Novembro de 2010 - 100 da Revolta da Chibata!


Há cem anos um marujo comandou a revolta que aboliu o castigo das chibatas.
“Naquela noite o clarim não pediria silêncio, mas sim combate.” A noite era a de 22 de novembro de 1910, e a frase é do marinheiro de primeira classe João Cândido Felisberto, único marujo no mundo que conseguiu comandar uma esquadra. Ele foi o líder de uma revolta que em cinco dias somente mudou a estrutura da marinha de guerra do Brasil, abolindo os castigos corporais e exigindo que os marinheiros fossem tratados como gente – “um homem que violentou a história”, na definição de um jornalista da época, Gilberto Amado. O movimento, cujo centenário comemoramos neste ano, foi até 1959 conhecido simplesmente como “A Revolta dos Marinheiros” – ano em que foi rebatizado como “A Revolta da Chibata” pelo jornalista e escritor Edmar Morel, ao lançar, com esse título, a mais importante obra escrita até hoje sobre o histórico episódio. Entre o povo, João Cândido passaria a ser conhecido como “o Almirante Negro” – o único de toda a nossa história naval. Uma figura legendária, lembrada até hoje na música O Mestre-Sala dos Mares, de João Bosco e Aldir Blanc: “Salve o Navegante Negro,/ Que tem por monumento/ As pedras pisadas do cais
”.
Acesse o link e saiba mais sobre João Cândido e a Revolta da Chibata:

João Cândido

Como era o muro de Berlim?

Durante décadas, o Muro de Berlim simbolizou a divisão do mundo em dois blocos rivais, um capitalista liderado pelos Estados Unidos e outro comunista, comandado pela ex-URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). Foram os tempos da Guerra Fria (1945 - 1990). No fim da 2ª Guerra Mundial, na Conferência de Potsdam, os Aliados - EUA, URSS, Reino Unido e França - decidiram dividir a Alemanha em dois Estados (Ocidental e Oriental), e sua capital, Berlim, em quatro zonas de ocupação. A zona soviética era a capital da Alemanha Oriental. As outras três zonas formaram Berlim Ocidental, um enclave no coração da Alemanha comunista - que passou a atrair os que buscavam fugir para o Ocidente. Em 1961, para evitar as fugas, foi construído o muro.
Para ver detalhes da  imagem clique em cima da figura
 O infográfico representa como era a chamada "Zona da Morte", local onde muitos berlinenses orientais tentaram ultrapassar para fugir para o lado ocidental. Mais de cem pessoas morreram ao longo dos vinte e oito anos de existência do muro.

Fonte (infográfico): Multimeios / SEED
Para saber mais sobre o muro de Berlim, acesse: http://www.diaadia.pr.gov.br

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Para Gostar de Ler - 6

Elogio do Aprendizado


Aprenda o mais simples!
Para aqueles
Cuja hora chegou
Nunca é tarde demais!
Aprenda o ABC; não basta, mas
Aprenda! Não desanime!
Comece! É preciso saber tudo!
Você tem que assumir o comando!

Aprenda, homem no asilo!
Aprenda, homem na prisão!
Aprenda, mulher na cozinha!
Aprenda, ancião!
Você tem que assumir o comando!
Frequente a escola, você que não tem casa!
Adquira conhecimento, você que sente frio!
Você que tem fome, agarre o livro:é uma arma.
Você tem que assumir o comando.

Não se envergonhe de perguntar, camarada!
Não se deixe convencer
Veja com seus olhos!
O que não sabe por conta própria
Não sabe.
Verifique a conta
É você que vai pagar.
Ponha o dedo sobre cada ítem
Pergunte: O que é isso?
Você tem que assumir o comando.

Bertolt Brechet, Elogio do Aprendizado, in Poemas 1913 – 1956, São Paulo, Brasiliense, 1986, p. 121
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